Manfred Von Richthofen (na cabine do avião) reunido com seus companheiros de esquadrilha. |
O início do uso da aviação em combates deu-se durante a Primeira Guerra Mundial. Tentativas desajeitadas de instalar armamentos nos frágeis aviões de madeira recobertos de tecidos não se mostraram eficientes, e por pouco a empreitada não foi abandonada. Entretanto, com uma melhoria na estrutura e na fuselagem dos primeiros aviões, as primeiras metralhadoras foram instaladas, primeiro, de modo fixo, e posteriormente, com capacidade rotatória. Estas aeronaves demonstraram incrível utilidade em campo de batalha, e logo os primeiros ases da aviação surgiram. Entre eles, merece destaque o temível Manfred Von Richthofen, conhecido como Barão Vermelho.
Manfred Von Richthofen, o Barão Vermelho. |
Nascido em Breslau, em 2 de Maio de 1892, uniu-se ao Exército Imperial da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Até hoje, é conhecido como o "piloto dos pilotos, o ás dos ases". À serviço da força aérea imperial da Alemanha, a Deutsche Luftstreitkräfte, Manfred desempenhou um papel vital na aviação alemã e ajudou a consolidar a supremacia germânica nos céus. Entretanto, a carreira de Manfred começou em terra, e não nos céus. Ele serviu na cavalaria até 1915, quando pediu transferência para a força aérea. Serviu no esquadrão Jasta 2, e, após uma rápida subida em sua carreira, foi colocado como líder do esquadrão Jasta 11, em 1917. Inicialmente, não demonstrou qualquer habilidade excepcional, nem se mostrava como um promissor piloto de aviões. Pelo contrário, teve inúmeras dificuldades durante suas instruções iniciais de voo, chegando a cair com seu avião durante um de seus primeiros treinos práticos. Entretanto, o desconcerto duraria pouco tempo, e Manfred tornaria-se o piloto com o maior número de vitórias da Primeira Guerra Mundial, tornando-se internacionalmente conhecido como "Barão Vermelho" devido à pintura característica de seu avião Albatros D III.
Avião modelo Albatros CIII, utilizado por Manfred nas missões de ataque. |
Conhecido pelos alemães como Der Rote Kampfflieger ("Guerreiro voador Vermelho"), atuou primeiramente como observador em missões de reconhecimento, entre Junho e Agosto de 1915, pelo Fliegerabteilung 69 (Esquadrão de Vôo 69). Após receber treinamento com o ás Oswald Boelcke, em Outubro de 1915, passou a servir, a partir de Março de 1916, como piloto de bombardeiro, pela Kampfgeshwader 2 (Esquadrão de Bombardeio 2). Nesta época, ele pilotava um avião Albatros CIII. Em 26 de Abril de 1916, ele abateu um avião Nieuport francês. Unindo-se à unidade Jasta 2 de seu professor de aviação Boelcke, Manfred obteve sua primeira vitória junto ao esquadrão de Oswald, na batalha de Cambrai, na França, em 17 de Setembro de 1916. Infelizmente, Manfred testemunhou a morte de seu mestre, morto em uma colisão acidental com uma aeronave de seu próprio esquadrão. No dia 23 de Novembro de 1916, Manfred, à bordo de um avião Albatros D II, abateu o piloto britânico Lanoe Hawker, que pilotava um DH 2, um dos mais excepcionais combatentes aéreos da época. Lanoe morreu atingido na cabeça, quando tentava realizar uma manobra de retorno para seu esquadrão. Depois desse evento, Manfred preferiu aviões com mais agilidade, mesmo que fossem mais lentos. Passou a pilotar um Albatros D III. Foi este modelo de avião que recebeu uma pintura vermelha, o que distinguiu Manfred durante toda a guerra, e com ele a maior parte de suas vitórias foi obtida. Manfred, o Barão Vermelho, obteve 80 vitórias. Em 24 de Janeiro de 1917 ele recebeu a mais alta honraria militar das forças aéreas imperiais alemãs. Morreu em Vaux-sur-Somme, na França, em 21 de Abril de 1918, abatido em combate. Ao contrário da imagem criada sobre ele, Manfred não realizava manobras incríveis nem se arriscava demasiadamente em combate. Ao contrário disso, ele procurava manter posições seguras e era bem cauteloso, zelando pela vida de seus companheiros de esquadrão. Podemos considerar que o Barão Vermelho chegou ao mais alto patamar graças ao seu senso de dever e de trabalho em equipe, além de suas habilidades excepcionais. O mérito pelo abate de Manfred ainda é discutido entre dois pilotos: o australiano Cedric Popkin e o canadense Arthur Roy Brown, ambos da Royal Air Force.
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