Desenho moderno retratando Gêngis Khan. |
O Grande Líder
Como um bastardo ladrão de rebanhos pode se tornar um dos mais poderosos imperadores de toda a História? Gêngis Khan ("Grande Líder", em uma tradução mais aproximada), nascido Temujin (em mongol, Tchinghis Khaan), foi o homem responsável por criar o imenso império que seria responsável pela conquista da China, a quase destruição do império persa e constantes dores de cabeça para os reinos da Europa. Filho de Yesügei Baghatur, Temujin reclamaria para si o comando de um poderoso legado, e transformaria nômades e pastores das estepes na mais temida cavalaria da História.
Como um bastardo ladrão de rebanhos pode se tornar um dos mais poderosos imperadores de toda a História? Gêngis Khan ("Grande Líder", em uma tradução mais aproximada), nascido Temujin (em mongol, Tchinghis Khaan), foi o homem responsável por criar o imenso império que seria responsável pela conquista da China, a quase destruição do império persa e constantes dores de cabeça para os reinos da Europa. Filho de Yesügei Baghatur, Temujin reclamaria para si o comando de um poderoso legado, e transformaria nômades e pastores das estepes na mais temida cavalaria da História.
O Unificador
A região que hoje conhecemos como Mongólia era apenas a reunião de uma série de clãs divididos entre si, sem qualquer coesão política significativa. Muito antes de Gêngis Khan, Kabhul Khan (neto de Khaidu) tentou a empreitada de unificar os clãs mongóis, sem sucesso. Essa seria a primeira tarefa de Gêngis como líder. Após assegurar a unificação das diversas tribos mongóis, Gêngis voltou seus olhares para o império chinês.
O Conquistador
China (1207): Governada pela dinastia Jin, a China era, na época, a maior potência política e econômica da região, superando largamente os reinos europeus. Entretanto, em termos militares, a terra da seda deixara de ser uma potência. Confiante na força da Muralha da China, uma das maiores construções da História da humanidade, os governantes chineses não reforçaram seus efetivos militares. Para a defesa da Grande Muralha, contratavam mercenários turcos, conhecidos como önguts. Gêngis conseguiu o impossível: penetrou na muralha e facilmente derrotou os inimigos. Sem uma cavalaria adequada, os chineses se tornaram presas fáceis para os arqueiros mongóis à cavalo. A divisão política também contribuiu para a queda dos chineses, já que ao Sul o governo estava com os Song e a Norte, com os Jin. O refinado império da seda e da porcelana agora estava nas mãos de nômades das estepes. O avanço continuou em direção ao Oeste.
Pérsia (1218): Atingindo as fronteiras do império persa, na época governada pelo sultão Muhammad Sanjar, os mongóis se tornaram oponentes efetivos contra a maior potência do mundo árabe da época. Uma de suas mais sangrentas campanhas militares, a guerra contra os persas foi motivada pela execução de um emissário de Gêngis Khan enviado em missão à Pérsia. Reunindo cerca de 200.000 homens e em torno de 10.000 máquinas de cerco, os mongóis tomaram diversas cidades, como Bucara, Samarcanda e Nichapur. Mais de um milhão de pessoas morreram nessa campanha.
Rússia e Ucrânia (1227): Gêngis começou a conquistar territórios ao Sul da atual Rússia, na época, governada por Yuri II (filho de Vsevolod III). O que começou com pequenas conquistas se tornou o maior período de dominação estrangeira na Rússia. Gêngis também começou a conquistar territórios ucranianos, na época, governados por Vladimir IV.
O império mongol, em seu auge, foi muito maior do que isso. O sucessor de Gengis Khan, seu filho Ogedei, expandiu os territórios da Mongólia até a Síria.
Mapa da extensão do império mongol (território em laranja) |
O Visionário
Gêngis Khan não foi apenas um conquistador militar. Foi também um grande empreendedor. Apesar de suas campanhas militares brutais, ele realizou diversos empreendimentos de melhoria econômica. Conservou e expandiu a Rota da Seda, que ligava Ásia, Oriente Médio e Europa, permitindo, assim, um contato produtivo entre as três culturas predominantes da época. Uma certa tolerância religiosa era adotada em seu regime. Os mongóis foram muito influenciados por seu contato com a religião islâmica. Não chegavam a empreender um combate religioso contra os cristãos, já que suas conquistas eram puramente territoriais. Se por um lado diversas cidades foram arrasadas, outras foram aprimoradas e enaltecidas pelos mongóis. Por exemplo, durante a conquista da China, cidades como Pequim conquistaram a admiração dos mongóis. Ao mesmo tempo em que expandia sua influência sobre diversos povos, Gêngis também era influenciado por suas culturas.
Figura moderna retratando um cavaleiro mongol equipado com arco. |
O Mito
De modo equivocado, Gêngis Khan é reduzido à figura de um selvagem brutal e impiedoso, um bárbaro. De fato, a violência foi presente em suas campanhas, bem como episódios de genocídio. Mas ele também foi responsável pela unificação política dos mongóis, e pela própria criação da "nação mongol"; criou um alfabeto único para o império e propagou a alfabetização em larga escala; manteve a Rota da Seda e realizou comércio e acordos com Ásia, Europa e Oriente Médio. Reformulou o exército mongol e criou a mais temida cavalaria da época, tornando bandos das estepes em um exército profissisonal, a Horda Dourada.. Reformulou a administração política e administrativa dos mongóis, criando a mais poderosa máquina estatal da época. Admitiu estrangeiros em suas forças, como o engenheiro chinês o Yeh-lu Ch'u-ts'-ai, que o influenciou muito. O império mongol é considerado o mais extenso da História, com 20 milhões de km2 (o dobro do território brasileiro).
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