Combatentes soviéticas atuando como franco atiradoras. |
A "Grande Guerra Patriótica"
Abrindo a frente oriental de batalha, Adolf Hitler realiza um "inesperado" ataque à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Como resposta, Stalin e sua cúpula convocam um imenso esforço industrial, econômico e militar naquilo que se chamou de Grande Guerra Patriótica. Essa mobilização social contou não apenas com homens, mas também com inúmeras mulheres, que realizavam desde serviços operacionais, médicos, administrativos e logísticos até funções de combate.
Abrindo a frente oriental de batalha, Adolf Hitler realiza um "inesperado" ataque à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Como resposta, Stalin e sua cúpula convocam um imenso esforço industrial, econômico e militar naquilo que se chamou de Grande Guerra Patriótica. Essa mobilização social contou não apenas com homens, mas também com inúmeras mulheres, que realizavam desde serviços operacionais, médicos, administrativos e logísticos até funções de combate.
A participação feminina no Exército Vermelho
As mulheres desempenharam papéis essenciais dentro do Exército Vermelho. Atuavam em funções que iam desde enfermeiras até atiradoras de elite. A participação feminina, entretanto, não começou com a Segunda Guerra Mundial. Durante a Primeira Guerra Mundial, ainda sob o regime do tzar Nicolau II, já haviam mulheres exercendo funções militares. Durante a Revolução Socialista elas também foram atuantes. Na Segunda Guerra, em torno de 80.000 mulheres atuaram nas mais diversas funções.
As diversas funções militares
As diversas funções militares
Operadora de rádio soviética. |
Assim como o homem, a mulher teve ação essencial durante toda a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 8% do total do contingente do Exército Vermelho era composto por mulheres. Elas operavam Em importantes funções, como na parte das comunicações, elas atuavam como operadoras de rádio, de telégrafo e como agentes dos correios e serviços postais e de mensagens em geral. As comunicações eram e são a chave para qualquer missão bem sucedida. A extensão territorial da URSS era gigantesca, e havia muita dificuldade de contato entre as diferentes unidades espalhadas por um imenso espaço geográfico. Todo o esforço exigia o máximo de homens mobilizados, especialmente nas frentes de batalha. Logo, a mulher era colocada de modo preferencial em funções onde não se expusesse diretamente nas frentes de conflito. Mesmo profissões como a de agente postal eram muito arriscadas, e estas mulheres encontravam muitas dificuldades em seus percursos.
Mulheres Partisans
Enfermeira russa em foto da Segunda Guerra Mundial. |
Com a surpreendente ofensiva alemã, grande parte das forças regulares soviéticas foi capturada ou posta fora de combate. Isso fez com que os próprios camponeses das vastas regiões rurais tivessem de pegar em armas, formando as guerrilhas que são chamadas de grupos de Partisans. Diversas mulheres atuaram nestes grupos de guerrilha do Exército Vermelho. Elas atuavam em missões de sabotagem, como explosão de vias férreas, ataque a comboios inimigos de suprimento, eliminação de alvos chave e criação de focos de resistência.
Muitas mulheres eram camponesas recrutadas das áreas em que viviam: eram mães e donas de casa, em sua maioria muito jovens. Uma das mais famosas guerrilheiras é Zoya Kosmodemyanskaya, que ajudou a instalar minas terrestres e cortar linhas de comunicação alemãs. A mais jovem mulher condecorada com o prêmio de Heroína da União Soviética foi Zinaida Martynovna Portnova, que atuou como agente infiltrada em guarnições alemãs na localidade de Obol.
Muitas mulheres eram camponesas recrutadas das áreas em que viviam: eram mães e donas de casa, em sua maioria muito jovens. Uma das mais famosas guerrilheiras é Zoya Kosmodemyanskaya, que ajudou a instalar minas terrestres e cortar linhas de comunicação alemãs. A mais jovem mulher condecorada com o prêmio de Heroína da União Soviética foi Zinaida Martynovna Portnova, que atuou como agente infiltrada em guarnições alemãs na localidade de Obol.
Mulheres na aviação
Marina Mikhailovna Raskova, ícone da aviação soviética. |
Diversas mulheres atuaram em unidades de aviação soviéticas. Geralmente pilotava caças e faziam reconhecimentos de área, bombardeios, transporte de cargas e suprimentos e transporte de tropas a locais de difícil acesso. No ano de 1933, a URSS passou a admitir mulheres como aviadoras, tornando-se a primeira nação do mundo a permitir a entrada de mulheres nessa função. A mais famosa aviadora soviética foi Marina Mikhailovna Raskova (infelizmente morta em um acidente aéreo). Marina chegou a liderar uma das três unidades aéreas femininas. No total, cerca de 30.000 mulheres atuaram na aviação durante a Segunda Guerra Mundial. Marina foi peça chave na criação destes três regimentos e na larga participação feminina na aviação de seu país. Com suas conexões políticas à Stalin, conseguiu a liberação para a formação das três unidades aéreas: o 586º Regimento de Aviação de Combate, o 125º Regimento de Guarda de Aviação de Bombardeio e o 46º Regimento Taman Noturno de Aviação de Bombardeio. O legado de Marina é comparável ao da famosa aviadora norte-americana Amelia Earhart. Ela não somente abriu espaço para a a mulher na aviação soviética, mas em todo o mundo.
Mulheres na infantaria
Lyudmila Pavlichenko, à esquerda, junto com uma colega de unidade. |
Uma função caiu muito bem nas delicadas mãos femininas: a tarefa de franco-atirador (ou atirador de elite). Como a função exige extrema calma, paciência e "sensibilidade", os comandantes soviéticos logo trataram de colocar inúmeras mulheres nessa função. Entre estas inúmeras mulheres, podemos destacar Nina Alexeyevna Lobkovskaya, responsável por comandar uma unidade de atiradoras de elite que participou da batalha decisiva de Berlim. Lyudmila Pavlichenko foi uma das mais bem sucedidas atiradoras de elite da História: somente ela foi responsável pela morte de 309 inimigos, incluindo 36 atiradores de elite. Manshuk Mametova, nascida no Cazaquistão, foi uma operadora de metralhadores e a primeira mulher de origem asiática a receber a condecoração de Heroína da União Soviética.
Roza Shanina com seu rifle Mosin-Nagant. |
Outra grande atiradora de elite foi a bela Roza Shanina, que ficou conhecida como "Terror Invisível". Foi a primeira atiradora a receber a condecoração da Ordem da Glória. Participou da ofensiva de Vilnius e foi a primeira mulher a servir na frente de batalha da Bielorrússia. Foi responsável pela morte de 54 inimigos, incluindo 12 atiradores de elite.
Heroísmo em Equipe
A participação das mulheres nos diversos combates, não só nas forças soviéticas, mas em todas as forças militares das diversas nações, demonstra como a mulher pode se tornar uma figura atuante e extremamente hábil em funções majoritariamente masculinas. As mulheres soviéticas são ícones da participação feminina em batalhas.
E em toda a História dessas mulheres enxergamos a união com os homens, o respeito a seus oficiais e a honra que conquistavam perante eles. Homens e mulheres não atuantes como adversários ideológicos, mas sim como parceiros de equipe, de batalha, de vida.A entrada da mulher na guerra pode ser vista como uma ação também oportunista, já que o principal objetivo era o esforço de guerra, não sendo, entretanto, um "direito" dado às mulheres, mas sim uma utilização das mesmas em combate. Mesmo assim, esses feitos e estes nomes não podem ser de modo algum reduzidos a essa visão. A participação ativa da mulher nas questões militares demonstra sua capacidade, mesmo que em níveis e habilidades diferentes das masculinas, e nesse esforço de guerra surge uma maior valorização da mulher dentro da sociedade.
E em toda a História dessas mulheres enxergamos a união com os homens, o respeito a seus oficiais e a honra que conquistavam perante eles. Homens e mulheres não atuantes como adversários ideológicos, mas sim como parceiros de equipe, de batalha, de vida.A entrada da mulher na guerra pode ser vista como uma ação também oportunista, já que o principal objetivo era o esforço de guerra, não sendo, entretanto, um "direito" dado às mulheres, mas sim uma utilização das mesmas em combate. Mesmo assim, esses feitos e estes nomes não podem ser de modo algum reduzidos a essa visão. A participação ativa da mulher nas questões militares demonstra sua capacidade, mesmo que em níveis e habilidades diferentes das masculinas, e nesse esforço de guerra surge uma maior valorização da mulher dentro da sociedade.
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