Ekaterina Illarionovna Mikhailova-Demina |
Ekaterina Illarionovna, nascida em 22 de Dezembro de 1925, foi a única mulher a servir na frente de batalha soviética durante a Segunda Guerra, em missões de reconhecimento, pelos fuzileiros do Exército Vermelho. Sua infância marcou seu caráter e suas ações em campo de batalha lhe valeram o prêmio de Heroína da União Soviética. Foi uma fervorosa médica e salvou a vida de muitos combatentes e civis.
Órfã em Leningrado
Demina perdeu seus parentes muito cedo, e cresceu como uma órfã na cidade de Leningrado, vivendo a maior parte de sua infância em um orfanato. Quando a Alemanha invadiu a União Soviética a Grande Guerra Patriótica teve início, ela tinha apenas 15 anos. Apesar de ser mulher e jovem, ela se voluntariou para o exército. Como ela era muito jovem, foi rejeitada para o serviço militar, mas foi aceita para trabalhar em um hospital.
Ficar e servir
Quando o hospital onde Ekaterina trabalhava foi bombardeado, ela passou a trabalhar como médica para o exército. Como havia falta de profissionais para atender os feridos, ela não teve dificuldades em servir nessa função. Quando os alemães tentaram invadir Moscou em 1941, ela sofreu um grande ferimento na perna, e foi enviada para receber tratamento nos distantes montes Urais.
Ekaterina, com colegas de regimento. |
Moscou Vermelha
Ao retornar para o serviço militar, Ekaterina trabalhou pela Marinha Soviética no famoso hospital marítico Moscou Vermelha, uma embarcação médica, transportando soldados feridos de Estalinegrado e Krasnoyarsk. Foi promovida a oficial chefe e recebeu honrarias por seu serviço prestado.
Na frente de batalha
Ekaterina não ficou satisfeita em trabalhar nestas funções e se voluntariou para a frente de batalha. Inicialmente foi recusada pelos oficiais, mas o governo de Moscou atendeu sua apelação e ela foi aceita no 369º Batalhão de Infantaria Naval Independente, em Fevereiro de 1943. Participou de batalhas na Península de Taman, no mar de Azov, e lutou em confrontos ao longo do Mar Negro e no Dniester. Lutou também na Romênia, na Hungria, na Bulgária e na Áustria, além da Iugoslávia e em Viena.
Provando seu valor
Ekaterina não foi bem recebida de início. Afinal, os homens não acreditavam que uma mulher jovem pudesse sobreviver ao terrível campo de batalha. Entretanto, após provar seu valor, ganhou a confiança e admiração dos companheiros. Ela recebeu sua primeira medalha ao participar da missão de recaptura da cidade de Temryuk, condecorada com a duas medalhas da Ordem da Guerra Patriótica, após participar da batalha de Kerch.
Ekaterina assistindo a uma Parada da Vitória, em Moscou, acompanhada de outros veteranos. |
Ilok
Em Dezembro de 1944, ela participou de um ataque à fortaleza de Ilok na Croácia. Com outros 49 combatentes, ela realizou uma ofensiva, foi atingida por um tiro na mão e apenas 13 companheiros sobreviveram. Todos, incluindo ela, foram feridos. Ela ajudou a salvar sete homens. Ela recebeu a Ordem da Bandeira Vermelha por heroísmo.
Descanso
Mikhailova-Demina foi retirada do serviço militar em Novembro de 1945, mas continuou trabalhando como médica pela Cruz Vermelha Soviética e a Crescente Vermelha. Recebeu a Medalha de Florence Nightingale, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Ela foi a única mulher russa a receber esse prêmio. Em 1950, ela se graduou no Segundo Instituto Médico de Leningrado e trabalhou por mais 36 anos como doutora, se aposentando em 1985.
Ekaterina recebendo suas condecorações que lhe haviam sido negadas. |
Grande heroína
Ekaterina recebeu três vezes a nomeação para receber a medalha de Heroína da União Soviética, a mais alta condecoração russa, mas foi rejeitada nas três ocasiões. Em 5 de maio de 1990 ela recebeu todas as condecorações que lhe haviam sido negadas, incluindo a Ordem de Lênin e a Estrela de Ouro, concedidas simbolicamente por Gorbachev. Ela foi uma das últimas condecoradas antes da queda do regime soviético. Ekaterina ainda está viva.
Foto autografada de Ekaterina. |
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