Eduard Riiter von Schleich, um dos ases da Primeira Guerra |
Eduard Ritter von Schleich foi um dos mais excepcionais pilotos da Primeira Guerra Mundial, com 35 vitórias contabilizadas. Durante a Segunda Guerra, trabalhou como general na Luftwaffe (a força aérea nazi). Schleich tinha um estilo próprio de pilotagem e levava em pouca conta os riscos, assumindo perigos que muitas vezes afastariam até mesmo os mais experientes pilotos.
Origens
Nascido em 9 de Agosto de 1888, na região da Bavária, em Munique, Schleich veio de uma família de artistas. Logo cedo, foi com a família para a cidade de Bad Tölz. A Bavária possuía um programa de treinamento de cadetes disponível para os jovens que completassem os estudos básicos, e Schleich logo entrou para a vida militar.
Schleich em seu avião modelo Albatros. |
O 11º Regimento
Em 1909, aos 19 anos, ele se forma para a entrada no 11º Regimento de Infantaria Bávara. Com a eclosão da Primeira Guerra em 1914, ele foi enviado para o campo de batalha onde acabou adoecendo, sendo retirado do campo de ação. Ele acabou se voluntariando novamente em 25 de Agosto do mesmo ano, e acabou sofrendo um grave ferimento durante a Batalha de Lorraine.
Schleich a bordo de seu avião Albatros D V |
A Real Força Aérea Bávara
Enquanto passava pelo tratamento médico, Schleich se voluntariou para o Real Serviço Aéreo Bávaro. Foi aceito para receber treinamentos como um piloto observador, cuja tarefa era realizar um reconhecimento do campo antes dos ataques aéreos. O avião utilizado por ele nesse período foi um modelo FEA 1, com dois lugares, e ele foi qualificado como piloto em Setembro de 1915. Durante uma missão de observação, ele acabou sendo ferido no braço por um projétil anti-aéreo que explodiu perto dele. Por sorte ou por proteção divina, ele sobreviveu.
Schleich com sua medalha de Ordem ao Mérito |
Fliegerschule
Após receber o comando da Fliegerschule 1, permaneceu em repouso médico até Setembro. Uniu-se à unidade Em Maio de 1917, ele havia se unido à unidade Jasta 21 e liderou-a nas missões de Junho daquele mesmo ano. Antes de ser entregue em suas mãos, a unidade era conhecida por seus inúmeros fracassos e baixa moral, mas pouco tempo depois de sua liderança, ganhou alta credibilidade e seus pilotos realizaram muitas façanhas, abatendo, somente em Junho, 36 inimigos, sendo que só Schleich chegou a abater 19 deles.
"Pintem meu avião de preto"
Nessa unidade, ele havia feito um verdadeiro amigo, o tenente Erich Limpert. Fatalmente, ele foi abatido e morto em um confronto aéreo, e, então, como sinal de luto permanente, Schleich ordenou que seu avião fosse pintado de preto. A partir daí, ele ficaria conhecido como "O Cavaleiro Negro". Por conta de questões políticas, os prussianos determinaram que apenas um prussiano deveria comandar uma unidade do país, e, como Schleich era bávaro, foi removido e transferido para a unidade Jasta 32 em Outubro de 1917. Em Dezembro do mesmo ano ele recebeu a Ordem Pelo Mérito.
Foto promocional de Schleich, com objetivos de propaganda e recrutamento. |
Momentum
Após a guerra, em 1919, Schleich foi colocado no cargo de inspetor no Serviço Aéreo Bávaro. Em Abril do mesmo ano, o Partido Comunista Alemão tomou a cidade de Munique, e logo decretaram que Schleich deveria ser preso e julgado por ser "um apoiador da burguesia bávara". Milícias anti comunistas expulsaram os vermelhos de Munique no mês seguinte, colocando a Bavária sob o governo da República de Weimar. Schleich trabalhou como oficial no Exército da Comissão de Paz.
Homem do campo
Quando as forças alemãs foram desmobilizadas em Dezembro de 1921, Schleich trabalhou como fazendeiro em sua propriedade no campo, e depois, como piloto civil pela Lufthansa. Em 1929, começou a participar de um clube de voo sediado em Munique.
Luftwaffe
Em 1931, uniu-se ao crescente Partido Nazista. No mesmo ano, entrou para a SS-Fliegerstaffel, uma organização aérea paramilitar. Schleich recebeu o comando do programa hitlerista de jovens voadores, um projeto para treinar a juventude alemã nas habilidades aéreas. Em 1935, ele retorna ao serviço militar propriamente dito, pela Luftwaffe, no posto de major. Recebeu também o comando da unidade Jagdgeschwader 132 em 1937, cuja função era defender a fronteira ocidental da Alemanha. Em 1939, foi transferido para o comando da Jagdgeshwader 26.
Segunda Guerra
Como major general, Schleich liderou a Jagdfliegerschule, a escola de pilotos do Reich, em Wien-Schwechat, na Áustria. Em 1940, foi para a Romênia para comandar missões aéreas e ajudar na organização da Força Aérea Romena, então aliada dos nazistas. No ano seguinte, ele se torna comandante das forças de ocupação na Dinamarca. Até 1944, atuou como comandante das Forças Terrestres da Luftwaffe, na Normandia, local que seria palco das massivas desembarcações anfíbias dos Aliados.
Schleich contribuiu muito para a força aérea alemã tanto nas duas guerras quanto no período de paz. |
Condecorações
Dentre suas várias condecorações, Schleich recebeu a Cruz de Ferro, de primeira e segunda classes; a Ordem ao Mérito e a Cruz de Cavaleiro da Ordem Militar de Max Joseph. Os altos cargos de comando que ele recebeu atestam seu profissionalismo como piloto.
Legado
Schleich foi detido por forças britânicas ao final da guerra. Acabou morrendo sob custódia, com 59 anos de idade, no dia 15 de Novembro de 1947, por conta de problemas cardíacos. Foi sepultado na cidade de Diessen, próximo de Munique. O papel de Eduard Ritter von Schleich foi decisivo para a estruturação e fortalecimento das forças aéreas alemãs nas duas guerras mundiais. Além de hábil piloto, foi um excelente instrutor, e seus alunos atuavam com um desempenho excepcional. Sem a figura de Eduard Ritter von Schleich é difícil imaginar o que seria da Luftwaffe, embora outros nomes recebam mais destaque. Agora, na História, o grande Barão Vermelho recebe a companhia do Cavaleiro Negro.
Fotos restauradas e coloridas por Klimbims
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