Kolchak (na foto, sentado apoiado em seu sabre) |
Aleksandr Vasilyevich Kolchak foi um proeminente comandante naval, explorador marítimo e chefe militar com atuação marcante na Guerra Civil Russa, comandando o Exército Branco, oposicionista do Exército Vermelho Bolchevique. Sua atuação foi determinante para a política soviética e as relações internacionais entre URSS e a comunidade mundial. Kolchak é uma das figuras mais emblemáticas do militarismo mundial.
Origem e formação
Nascido no pequeno vilarejo de Aleksandrovskoye, bem próximo à então capital russa de São Petersburgo, Kolchak logo recebeu instruções militares e teve toda uma formação escolar voltada para isso. Em 1894 ele recebe a graduação pelos Corpos de Cadetes Marítimos de São Petersburgo. Passou pelas patentes de assistente de escritório - servindo nessa função a bordo do cruzador Ryurik - a tenente, patente que alcançou em 1898.
Amante dos mares
Durante os anos que passou servindo nas tripulações de vários navios da Marinha Imperial Russa, no Pacífico principalmente, Aleksandr adquiriu o gosto pelas ciências marítimas como oceanografia e hidrologia. Chegou a publicar um artigo científico baseado em suas observações. Participou, juntamente com Eduard von Toll (um geólogo alemão à serviço da Rússia), de uma expedição ao redor do Oceano Ártico, o mais perigoso do mundo, no ano de 1899. Passaram também pelo Mar da Noruega, pelo Mar Báltico e também pelo Mar do Norte e o lago Taimyr.
Durante os anos que passou servindo nas tripulações de vários navios da Marinha Imperial Russa, no Pacífico principalmente, Aleksandr adquiriu o gosto pelas ciências marítimas como oceanografia e hidrologia. Chegou a publicar um artigo científico baseado em suas observações. Participou, juntamente com Eduard von Toll (um geólogo alemão à serviço da Rússia), de uma expedição ao redor do Oceano Ártico, o mais perigoso do mundo, no ano de 1899. Passaram também pelo Mar da Noruega, pelo Mar Báltico e também pelo Mar do Norte e o lago Taimyr.
O expedicionário
Kolchack organizou uma expedição em 1902 e começou a procurar por cientistas voluntários para a missão. Entregou dados científicos coletados por ele às autoridades em São Peterburgo. O grupo expedicionário de Eduard von Toll havia desaparecido, e Kolchack conduziu sua nova expedição organizada para procurar por Eduard, liderando um grupo de 70 homens e 160 cães. Durante três meses, viajaram até a ilha Bennet, onde encontraram restos da expedição de Eduard, que havia morrido tragicamente naquele local inóspito, juntamente com sua equipe.
Zarya, um dos vários navios pelos quais Aleksandr viajou em suas expedições |
Na riqueza e na pobreza
Em 1903, Kolchack se casa com Sofia Omirova. Pouco tempo depois, ele foi enviado para combater na guerra entre Rússia e Japão. Sua primeira batalha foi em Port Arthur. Apesar de sua maestria marítima, atuou por pouco tempo nas águas: com reumatismo adquirido de suas expedições, ele foi transferido para o comando de uma unidade de artilharia instalada no litoral. Acabou sendo ferido e passou quatro meses como prisioneiro dos japoneses em Nagasaki. Ao fim da guerra, tendo sido liberado, foi promovido a capitão de segunda patente.
Sofia Omirova, esposa de Aleksandr |
Reestruturação naval
Aleksandr participou da reestruturação das forças navais imperiais russas, iniciada em 1906. Conseguiu apoio de parte da Duma (Parlamento russo), que financiou a construção de dois navios quebra-gelo: Taimyr e Vaygach. Aleksandr realizou, nessa época, mais uma expedição científica, indo de Vladivostok até o Estreito de Bering, chegando ao Cabo de Dezhnev, publicando, em 1909, um estudo científico sobre o estudo do gelo glacial. Foi promovido a capitão de primeira patente.
Kolchak em seu uniforme de almirante |
Primeira Guerra
Com a eclosão da Primeira Grande Guerra, Kolchak tomou o comando das operações militares marítimas na região báltica. Realizou o bloqueio de bases navais alemãs instalando diversas minas aquáticas em seus perímetros. Em 1916, ele foi promovido a almirante, e depois foi colocado como almirante-em-chefe da frota do Mar Negro.
Contra os Vermelhos
Com a Revolução Socialista de Fevereiro de 1917, o regime tzarista russo foi derrubado. Kolchak, então, se aliou aos monarquistas anti-bolcheviques, que decretaram o Governo Russo Provisório. As operações marítimas de Kolchak foram prejudicadas pelas greves de operários e os motins dos marinheiros russos. Em um gesto de indignação, ele jogou seu Sabre Dourado (uma condecoração militar russa para comandantes navais), recebido da guerra russo-japonesa, no mar. Foi para Petrogrado e sua popularidade lhe valeu a imagem de um provável líder russo restaurador.
Militantes bolcheviques em Petrogrado |
Visitando os EUA
Em Agosto de 1917, Aleksandr via para os EUA, convidado para conhecer o comando da Frota Norte Americana, e também para aprender com as experiências estadunidenses. Ele foi convidado para tomar um cargo permanente de instrução à frente do departamento de minas marítimas, no melhor colégio militar naval baseado em San Francisco. Ele rejeitou a oferta e voltou para a Rússia, com a intenção de derrubar os bolcheviques. Aleksandr ficou sabendo das notícias de seu país, onde o Governo Provisório havia sido derrubado, sendo substituído pelo Partido Bolchevique, que já iniciara as negociações de paz com a Alemanha, o que culminou no tratado de Brest-Litovsk.
Em Agosto de 1917, Aleksandr via para os EUA, convidado para conhecer o comando da Frota Norte Americana, e também para aprender com as experiências estadunidenses. Ele foi convidado para tomar um cargo permanente de instrução à frente do departamento de minas marítimas, no melhor colégio militar naval baseado em San Francisco. Ele rejeitou a oferta e voltou para a Rússia, com a intenção de derrubar os bolcheviques. Aleksandr ficou sabendo das notícias de seu país, onde o Governo Provisório havia sido derrubado, sendo substituído pelo Partido Bolchevique, que já iniciara as negociações de paz com a Alemanha, o que culminou no tratado de Brest-Litovsk.
Contra os turcos
Em 1917, após solicitar aos britânicos para servir em sua Real Marinha Imperial Britânica, Aleksandr recebe o comando de uma unidade naval e em Dezembro do mesmo ano passa a atuar conjuntamente com os ingleses no front da Mesopotâmia, realizando ações contra os turcos. Foi transferido para a Manchúria, e depois para a Sibéria. Trabalhou para a companhia ferroviária Chinese Eastern Railway e se esforçou para arregimentar tropas contra os bolcheviques. Com a falha deste último plano, ele retorna para a Rússia, na cidade de Omsk, em Outubro de 1918.
Dois Ministérios
Em Setembro de 1918, Kolchak se torna Ministro Militar e Ministro Naval do recém-criado Governo Provisório de toda a Rússia, uma última tentativa administrativa para barrar os socialistas. A sede deste governo foi estabelecida em Omsk. Um golpe de Estado foi perpetrado contra este governo, e a maioria de seus líderes se tornou cativa de regimentos cossacos bolcheviques. Os membros que escaparam tomaram o poder administrativo deste poder e nomearam Aleksandr como Supremo Governante do Estado Russo, tendo recebido reconhecimento de vários outros territórios russos.
Aleksandr atuou com plenos poderes no governo provisório estabelecido em Omsk |
Várias Medidas
Agora, Kolchak administrava a parte mais rica em ouro do território russo. Estabeleceu tropas numerosas para lutar contra os bolcheviques, e acabou obtendo vitórias significativas. Entretanto, superados numericamente, seus soldados tiveram de abrir mão dos territórios conquistados e recuar diante do avanço do Exército Vermelho. O fim do regime de Kolchak veio em pouco tempo. Várias justificativas são dadas para o fracasso do comando de Kolchak: inexperiência no comando de forças terrestres, dependência de apoio estrangeiro e falta de compreensão da então situação política russa.
O último Ato
Em 1920, no dia 4 de Janeiro, Aleksandr assinou seu último decreto, que delegou o poder administrativo para o general Anton Denikin. Foi capturado e preso pouco tempo depois. Lenin sentenciou Aleksandr à morte, e ele foi executado em 7 de Fevereiro de 1920, sem passar por nenhum julgamento. A versão mais historicamente aceita relata que seu cadáver foi atirado em um rio.
Legado
Aleksandr deixou três filhos que teve com sua esposa Sofia. Duas filhas suas morreram ainda na infância. Em 1919, Sofia ainda esperava por seu marido, a que jamais reencontraria. Então, fugiu para Paris com o único filho vivo do casa, Rostislav. Sofia faleceu em 1956. Aleksandr teve uma amante, a poetisa Anna Timiryova, que se entregou voluntariamente aos bolcheviques para ficar próxima de seu amado. Anna permaneceu presa de 1920 a 1949, passando mais seis meses em exílio. Foi liberada em 1960. Ela faleceu em 1975. A resistência estabelecida por Aleksandr prejudicou por um tempo considerável o desenvolvimento econômico soviético, privando os socialistas das maiores reservas de ouro e de importantes pontos de acesso ao Báltico. A falta de apoio popular acabou por ser o maior entrave ao sucesso de Aleksandr.
Fonte: RussiaPedia