John Fitzgerald Kennedy |
O 35º presidente dos Estados Unidos da América teve uma passagem rápida pela Casa Branca, com um início promissor e um desfecho tanto trágico quanto misterioso. O assassinato de Kennedy é mais conhecido do que sua vida e seu governo. Entender sua figura histórica é essencial para entender o cenário político norte-americano. Kennedy propôs um acordo para banir testes nucleares, enfrentou a Crise Cubana e questões na Berlim dividida, além de criar a Aliança para o Progresso (Alliance for Progress).
Família e origens
Nascido em 29 de Maio de 1917, no Brookline, no estado de Massachusetts e batizado John Fitzgerald Kennedy, o político mais conhecido como JFK veio de uma família católica de imigrantes irlandeses. O avô de Kennedy, PJ Kennedy, era um rico banqueiro e comerciante de bebidas, e seu avó materno conhecido como "Honey Fitz" era um hábil político congressista e prefeito da cidade de Boston. Kennedy herdou os dotes políticos e empreendedores de seus familiares, ao que parece. Sua mãe, Rose Elizabeth Fitzgerald, era uma socialite de Boston, e seu pai Joseph Kennedy era um importante banqueiro que enriqueceu com o mercado de ações após a 1ª Guerra Mundial. O pai de Kennedy também atuou como secretário de Segurança e foi embaixador dos EUA na Grã-Bretanha.
Juventude
Kennedy veio de uma família privilegiada e envolvida com política. Seus pais se dedicaram mais à carreira do que ao cuidado de Kennedy, que viveu a maior parte de sua infância e juventude com seus avós. Mesmo assim, o pai de Kennedy não foi ausente em sua criação. Toda a criação de Kennedy recebida por seu pai visava sua formação política como herdeiro de uma grande carreira política. Apesar de ter uma família rica, Kennedy estudou em ambientes públicos e teve os problemas comuns a todo o estudante.
Kennedy ainda jovem, em 1942. |
Vida escolar
Kennedy estudou no colégio católico Canterbury para meninos, em Connecticut. Kennedy não foi um aluno excepcional. A maioria de suas notas eram baixas, mas ele se saiu bem em História e Inglês. Após seu ensino fundamental, ele foi para o colégio Choate, uma escola de elite preparatória. Mas aí também Kennedy não foi um aluno de destaque: conseguia notas boas quando se aplicava, mas passava a maior parte do tempo com diversões em grupo e festas.Kennedy lia bastante, mas não os livros que seus professores pediam. Sua saúde era muito frágil durante sua juventude, e ele quase chegou a morrer.
Kennedy estudou no colégio católico Canterbury para meninos, em Connecticut. Kennedy não foi um aluno excepcional. A maioria de suas notas eram baixas, mas ele se saiu bem em História e Inglês. Após seu ensino fundamental, ele foi para o colégio Choate, uma escola de elite preparatória. Mas aí também Kennedy não foi um aluno de destaque: conseguia notas boas quando se aplicava, mas passava a maior parte do tempo com diversões em grupo e festas.Kennedy lia bastante, mas não os livros que seus professores pediam. Sua saúde era muito frágil durante sua juventude, e ele quase chegou a morrer.
Why England Slept
Kennedy passou a se dedicar mais em sua vida acadêmica e profissional. Em 1939, ele visitou a Grã-Bretanha com seu pai, em uma missão diplomática. Ele decidiu escrever um estudo sobre os fatores que deixavam o Reino Unido em desvantagem aos alemães na 2ª GM. Seu texto foi tão bem recebido pelos políticos e analistas que em sua graduação, em 1940, foi publicado como livro, com o título original de Why England Slept (Por quê a Inglaterra Dormiu). O livro vendeu mais de 80.000 cópias.
O Náufrago
Após se graduar em Harvard, Kennedy se alistou na Marinha dos EUA, e chegou a comandar um torpedeiro de patrulha no Pacífico Sul. O barco de Kennedy, PT-109, foi atingido por navios japoneses e afundou. Dois marinheiros morreram, mas ele sobreviveu com ferimentos nas costas. Kennedy conseguiu salvar alguns dos sobreviventes e foi para uma ilha, onde foram resgatados seis dias depois. Kennedy recebeu a Navy and Marine Corps Medal for Extremely Heroic Conduct (Medalha da Marinha para Conduta Extremamente Heroica) e uma Purple Heart (Coração Púrpura) por conta de seus ferimentos.
Perda irreparável
O irmão de Kennedy, Joseph K. Jr., morreu em Agosto de 1944 quando seu avião foi explodido em combate. Joseph e John eram irmãos muito próximos, e a perda de Joseph foi irreparável para Kennedy. A morte do irmão alterou o caráter de Kennedy, que tomou os objetivos do irmão falecido para si mesmo e procurou alcançá-los.
Kennedy e seu irmão Joseph. |
Início político
Em 1946, Kennedy concorreu ao cargo de representante distrital de Boston na Casa dos Representantes dos EUA, um cargo que havia sido deixado vago pelo democrata Michael Curly. Kennedy, já famoso por seu livro, por sua história de sobrevivência e com o apoio do dinheiro e das conexões de seu pai, ganhou a eleição para o cargo com larga vantagem. Entretanto, Kennedy não conseguiu grande impacto em seu cargo político. A corrupção e a extrema burocracia impediam que ele fizesse qualquer coisa relevante. Kennedy chegou a dizer que ele era "apenas um verme na Casa, ao qual ninguém prestava atenção no cenário nacional".
Congressista e Senador
Kennedy teve mais sucesso participando do Senado e do Congresso dos EUA. Em 1952, graças à influência de sua família e uma boa plataforma política, ele concorreu contra o republicano Henry Cabot Lodge para uma vaga no Senado. Naquele ano, os republicanos haviam conquistado a maioria tanto no Senado quanto no Congresso, e seria pouco provável que Kennedy, um democrata, chegasse a vencer. Mas os financiamentos de seu pai, mais uma vez, foram decisivos para sua eleição.
Kennedy, sua esposa Jacqueline e sua filha Caroline |
Profiles in Courage
Após sua eleição, Kennedy conheceu aquela que viria a ser a sua esposa, Jacqueline Bouvier, em um jantar de gala. Após convidá-la para um encontro, o sentimento cresceu entre ambos e eles se casaram em 12 de Setembro de 1953. Tiveram três filhos: Caroline, John Kennedy Jr. e Patrick Kennedy. Kennedy continuou sofrendo de inúmeros problemas de saúde durante sua atuação como senador. Durante uma de suas internações, ele escreveu outro livro, Profiles in Courage (Perfis em Coragem), descrevendo oito senadores norte-americanos que tomaram medidas corajosas e necessárias para o país, mas que foram vistas com impopularidade. Profiles in Courage recebeu o prêmio Pulitzer de melhor biografia de 1957. Kennedy foi e ainda é o único presidente dos EUA a receber um prêmio Pulitzer.
Kennedy versus Nixon
Kennedy
atuou durante 8 anos como senador. Entretanto, Kennedy tornou-se
desinteressado pelas questões domésticas de Massachusetts e mais
interessado na geopolítica mundial, especialmente em relação à questão
soviética. A presidência lhe parecia mais adequada aos seus intentos. A Guerra Fria e a corrida armamentista interessavam a ele, e, diferente da maioria dos presidentes norte-americanos, os países de Terceiro Mundo também lhe chamavam a atenção. Em 1960, no dia 8 de Novembro, Kennedy venceu seu opositor Richard Nixon em uma vitória apertada, mas não insignificante: Nixon era um político muito mais experiente que o jovem Kennedy, mas o político iniciante se saiu melhor na maioria dos debates eleitorais da época. JFK foi eleito, tornando-se o trigésimo quinto presidente dos EUA. Kennedy, com 43 anos, foi o segundo mais jovem presidente dos EUA, atrás apenas de Theodore Roosevelt, que assumiu aos 42 anos. Ele foi o primeiro presidente católico do país majoritariamente protestante e o primeiro nascido no século XX. O lema de seu governo foi a famosa frase: "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país".
Kennedy venceu Nixon e tornou-se o 35º presidente dos EUA. |
Diplomacia e geopolítica
Kennedy empenhou-se muito em questões internacionais sem abandonar as pautas domésticas. Ele criou o Peace Corps (Corpos de Paz), em 1961, para promover ações e acordos pacíficos entre nações opostas. Mais de 170.000 membros participaram do projeto em cerca de 135 nações. No mesmo ano, ele criou a Alliance for Progress (Aliança para o Progresso) com o objetivo de estreitar as relações econômicas com a América Latina, um território que sempre foi palco de inimizades com os EUA por conta da histórica exploração norte-americana.
Kennedy e sua esposa. Jacqueline |
Baía dos Porcos
Kennedy liderou a mal sucedida operação da Baía dos Porcos em 15 de Abril de 1961, com o objetivo de derrubar Fidel Castro. Um grupo de 1500 dissidentes cubanos treinados pela CIA foi enviado à pequena ilha, facilmente derrotado pelas tropas de Fidel. Vários elementos levaram ao fracasso da missão: falhas na comunicação, mal planejamento e principalmente o baixo apoio aéreo norte-americano, sem contar no fato de que Fidel foi extremamente subestimado. O episódio prejudicou a imagem internacional de Kennedy.
O Muro de Berlim
Com o objetivo de diminuir a imigração massiva dos alemães da parte oriental para a parte ocidental, o dirigente soviético Nikita Khrushchev ordenou a construção do odiado Muro de Berlim, um dos maiores símbolos da Guerra Fria.
Kennedy na Casa Branca, foto tirada em 1962 |
A crise dos mísseis
A maior crise internacional não foi o Muro de Berlim, mas sim a Crise dos Mísseis Cubanos. Este foi o incidente mais quente entre EUA e URSS durante toda a Guerra Fria. A União Soviética, aliada e financiadora do regime castrista, instalou uma série de mísseis nucleares balísticos de longo alcance na pequena ilha. Kennedy instalou um embargo à Cuba. Depois de vários dias de tensão diplomática que chegou mesmo a oferecer o risco de uma guerra nuclear, a União Soviética concordou em remover os armamentos nucleares instalados na ilha após o comprometimento da Casa Branca em remover os armamentos instalados na Turquia. Em Junho de 1963, as duas potências negociaram o Tratado Limitado de Banimento dos Testes Nucleares, assinado entre a Grã Bretanha, os EUA e a URSS. Este feito recuperou a imagem de Kennedy prejudicada depois da invasão malsucedida de Cuba.
A maior crise internacional não foi o Muro de Berlim, mas sim a Crise dos Mísseis Cubanos. Este foi o incidente mais quente entre EUA e URSS durante toda a Guerra Fria. A União Soviética, aliada e financiadora do regime castrista, instalou uma série de mísseis nucleares balísticos de longo alcance na pequena ilha. Kennedy instalou um embargo à Cuba. Depois de vários dias de tensão diplomática que chegou mesmo a oferecer o risco de uma guerra nuclear, a União Soviética concordou em remover os armamentos nucleares instalados na ilha após o comprometimento da Casa Branca em remover os armamentos instalados na Turquia. Em Junho de 1963, as duas potências negociaram o Tratado Limitado de Banimento dos Testes Nucleares, assinado entre a Grã Bretanha, os EUA e a URSS. Este feito recuperou a imagem de Kennedy prejudicada depois da invasão malsucedida de Cuba.
Kennedy e seu irmão Robert |
Kennedy enfrentou um período de recessão econômica nos EUA. Adotou medidas como cortes de impostos, diminuição do salário mínimo e a instituição de programas sociais em educação, saúde e transporte público. Dificultado por oponentes republicanos no Congresso, essas medidas não alcançaram o resultado máximo.Os direitos civis foram o maior desafio interno para Kennedy. A Segregação Social entre brancos e negros, um problema histórico nos EUA, não foi totalmente resolvida por ele. Pessoalmente favorável aos direitos civis para negros, Kennedy enfrentou uma oposição republicana exagerada, e foi capaz de apenas instalar medidas mínimas. Apesar disso, Kennedy enviou seu irmão Attorney Robert Kennedy para o estado do Mississippi, onde haviam as ações racistas mais violentas contra os negros, e orientou a Guarda Nacional e os delegados federais para escoltar e defender o ativista James Meredith , o primeiro estudante negro a ingressar na Universidade do Mississippi em 1 de Outubro de 1962. Kennedy decidiu enfrentar mais decisivamente a oposição republicana e sua Carta de Direitos Civis foi enviada e aprovada pelo congresso em 1964.
Assassinato
No dia 21 de Novembro de 1963, Kennedy viajou para Dallas no Texas para um discurso. No dia seguinte, enquanto passava pelas ruas da cidade em um carro presidencial modelo Lincoln com sua esposa e com o governador do Texas, John Connally, quando foi atingido por dois disparos. Kennedy morreu no Hospital Memorial de Parkland aos 46 anos. Oficialmente, o assassino de Kennedy é tido como Lee Harvey Oswald, um fuzileiro de 24 anos com simpatias pró-soviéticas. Mas até hoje a autoria do crime é contestada. A morte de Kennedy foi uma tragédia nacional e um evento internacionalmente sentido.
Legado
Kennedy tornou-se uma figura controversa: tido por muitos como um herói nacional, um político visionário e um hábil diplomata e negociador; e tido por outros como apenas um oportunista que cresceu em sua carreira por conta do dinheiro de seu pai. É verdade que Kennedy provavelmente não teria chegado onde chegou sem a ajuda de seu pai; mas também é ponto fixo que ele não teria se mantido sem uma habilidade e um esforço pessoais. Kennedy tentou implementar reformas diante de uma política excessivamente rançosa e racista. Os direitos civis aprovados por ele inseriram os negros na vida social norte-americana, e foram o início de uma subida social para uma classe historicamente explorada. Provavelmente, este e outros pontos foram razões muito fortes para seu assassinato, tenha sido este ato cometido por apenas um homem ou motivado por inimigos políticos. A morte de JFK é menos intrigante do que sua própria vida.
Referências:
Biography.com
Imagens:
Kralj Aleksandar