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Marco Histórico
Seu ponto de encontro com a História Militar
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http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_chibata/images/exposicao/7_quem/01.jpg Fantasmas da Escravidão
A abolição da escravatura, assinada pela então princesa Isabel em 13 de Maio de 1888, na prática, significou pouco para os então negros libertos. Sem estudos, sem bens e sem trabalho, a maioria dos negros viu-se completamente marginalizada socialmente. Isso sem contar no preconceito e na estratificação social que terminaram apenas artificialmente, mas permaneceram muito reais no cotidiano. Essa dominação social continuou não apenas no sentido psicológico e cultural, mas também no próprio sentido físico. Os castigos físicos e humilhações psicológicas sofridos pelos marinheiros brasileiros culminaram com uma revolta de repercussões especiais, marcante para nossa História.

A Marinha e a chibata
A maioria dos marujos eram pessoas pobres, especialmente negros. Com a falta da oferta de trabalho para tais pessoas, muitos eram atraídos pelas promessas de um bom salário e, apesar da dificuldade e da natureza arriscada do trabalho, viam nele uma forma de crescimento social perante a sociedade. Um uniforme, afinal, "valoriza" um homem. Entretanto, a realidade era muito diferente da teoria e dos convites dos oficiais de alistamento: a comida era escassa e de péssima qualidade, os alojamentos eram horríveis e as mínimas faltas e erros eram punidos com castigos físicos que, entre outras coisas, incluía chibatadas e isolamento em celas. 

Encouraçado Minas Gerais
Os marujos não aceitaram tal situação passivamente. A maioria deles, composta por negros e mulatos, logo correlacionou essa prática como uma continuação do próprio modo escravagista de relações sociais. Lembravam-se, assim, dos próprios antepassados, seus avós, sofrendo castigos terríveis amarrados à troncos, com os chicotes estalando em suas costas. No ano de 1910, no dia 22 de Novembro, liderados por João Cândido, um almirante negro, motivados pelo castigo sofrido pelo marinheiro Marcelino Rodrigues (que sofreu 250 chibatadas na frente de todos os outros tripulantes), fizeram um motim e tomaram o navio Minas Gerais, após matarem o comandante do navio e três oficiais.
Encouraçado Minas Gerais, o primeiro encouraçado a ser tomado por um motim para a Revolta da Chibata.


Encouraçado São Paulo
Os revoltosos do encouraçado Minas Gerais lançaram o curso para a Baía do Guanabara, e ali se uniram ao encouraçado São Paulo, que também havia sido tomado após um motim e se uniu à revolta. O plano era se dirigir à então capital do país (Rio de Janeiro) e, assim, direcionar as exigências dos marinheiros para o governo. Inicialmente, os objetivos eram de alcançar as reivindicações de modo diplomático e pacífico, mas os marujos se prepararam para o pior.
Encouraçado São Paulo, o segundo navio a se unir aos revoltosos.

Terror no Catete
Depois, o Cruzador Bahia também se uniu aos revoltosos. João Cândido redigiu uma carta contendo as reivindicações dos marujos. Entre elas, o fim dos castigos físicos, a melhoria na alimentação oferecida aos marujos e a anistia (perdão judicial) para todos os envolvidos na revolta. Prevendo a falta de cooperação do governo, os revoltosos decidiram apontar os canhões dos encouraçados para a cidade do Rio de Janeiro, e, caso as autoridades não atendessem às reclamações, os rebeldes iriam disparar contra a cidade, incluindo o palácio do Catete. 

Então, sim!
O então presidente da República, Hermes da Fonseca, aceitou atender aos pedidos dos insurgentes. Assim, decretou-se a proibição de punições físicas para os membros da Marinha. As punições, então, deveriam ser somente de caráter administrativo e disciplinar. As refeições também deveriam ser melhores, bem como o salário deveria ser aumentado. Decretou-se, também, o perdão governamental para os rebeldes. Mas, na prática, essas mudanças legais não surtiram efeito real, e os revoltosos sofreriam uma traição.
Marinheiros à bordo do Cruzador Bahia, a terceira embarcação a se unir à revolta.

Ilha das Cobras
Após estes decretos, o presidente Hermes exigiu que alguns marinheiros considerados líderes do movimento fossem expulsos da corporação. Isso causou uma nova revolta que teve lugar à Ilha das Cobras. Essa nova revolta foi duramente reprimida pelo governo, e vários dos marinheiros foram aprisionados em celas subterrâneas na Fortaleza da Ilha das Cobras. Devido às péssimas condições do local, alguns encarcerados morreram. Outros prisioneiros foram enviados para a floresta amazônica, trabalhando de modo forçado para a produção de borracha (na época, um dos principais produtos brasileiros).

Adeus, João Cândido
João Cândido, considerado como líder principal das revoltas, foi expulso da corporação e internado, tendo sido considerado como lunático no Hospital de Alienados. Em 1912, ele foi absolvido das acusações feitas contra ele, junto a outros marinheiros que também tomaram parte nos motins. Essa atitude, entretanto, não desfez a traição sofrida por João e pelos marinheiros revoltosos.

Verás que um filho teu não foge à luta!
A Revolta da Chibata foi um movimento insurgente de caráter legítimo, uma manifestação e uma resposta contra um sistema que insistiu em continuar utilizando-se de técnicas típicas do período de escravidão. Os pobres e negros eram tratados pelos oficiais da Marinha como animais, sendo psicologicamente abusados e fisicamente castigados. João Cândido é um exemplo nacional da luta e da resistência de um grupo de pessoas determinadas, de homens decididos a melhorar suas condições de vida, insatisfeitos com um sistema que lhes é injusto. As condições dos marujos brasileiros melhoraram muito após esta revolta, e certamente a luta de João Cândido e de seus companheiros não foi em vão.

Nuvem Vermelha, ao centro, com outros índios Sioux.

Durante os anos de expansão dos colonos pelo Oeste dos Estados Unidos da América, o conflito com os vários povos indígenas nativos se intensificou. Os indígenas não foram facilmente dominados, e muito menos se submeteram voluntariamente. Ao contrário, vários deles ofereceram séria resistência aos colonos e às tropas do exército norte americano. Um destes povos indígenas eram os Sioux, liderados por Nuvem Vermelha, um dos grandes líderes da resistência indígena na época.

O povo das serpentes
Os Sioux são um povo nativo norte-americano, na verdade a reunião de alguns grupos indígenas como os Dakotas e Lakotas (daí surge o nome do estado norte-americano de Dakota do Norte), todos de origem ojibwa. Sioux, em uma tradução parecida para o nosso idioma, significa "serpentes". Este nome de batismo foi determinado por conta da boa capacidade dos Sioux em atacar, especialmente de maneira rápida e inesperada, tal qual o bote de uma serpente. A principal atividade destes indígenas era a agricultura, especialmente o plantio de milho, além da caça de grandes animais, como os búfalos. A relação dos Sioux com a Natureza era pacífica e sustentável: produziam o que precisavam e apenas abatiam animais adultos e machos, jamais abatendo fêmeas (principalmente prenhas) e filhotes.

Nascido na tempestade 
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Nuvem Vermelha.
Nascido em 1822, no atual estado de Nebraska, batizado Mahpíya Lúta na língua de seu povo, Nuvem Vermelha, filho da índia batizada de Caminha como Pensa e de seu pai Homem Solitário, ambos do clã dos Oglata da tribo dos Lakota tornou-se o líder de sua gente. De acordo com os contos, ele recebeu este nome de seus pais por ter nascido durante um grande temporal. E, assim como as nuvens trouxeram tempestade no dia do seu nascimento, Mahpiya traria dificuldades aos seus inimigos. Aos 5 anos, Nuvem Vermelha perdeu o seu pai. Após o falecimento de Homem Solitário, ele foi criado pelo tio de sua mãe, o índio Fumaça. Seu tio era um dos líderes do clã Oglata dos Sioux. 

Espírito Guerreiro
Desde cedo, Nuvem Vermelha começou a aprender a batalhar e caçar com seu tio e os demais membros da tribo. Logo ele começou a se destacar nestas atividades, tornando-se um bom guerreiro. Ele demonstrava grande bravura e ainda jovem se unia às batalhas, principalmente contra a tribo dos Pawnees. 

Expansionismo colonial
Os colonos norte-americanos começaram uma política de expansão rumo ao interior do país, especialmente à região Oeste, um projeto intensivamente estimulado pelo governo. Essa campanha foi intensificada durante os anos de 1880. O governo dos EUA ofereceu tratados de paz aos sioux, mas Nuvem Vermelha, observando as traições dos colonos contra os povos indígenas que aceitavam estes tratados. Nuvem Vermelha recusou um desses tratados no próprio Forte Wyoming, em 1866. Esse expansionismo era motivado por ricas jazidas de ouro, principalmente. Na época, qualquer um poderia se aventurar pelo interior do país. Como incentivo, o governo chegou a liberar a posse das terras: quem chegasse e tomasse primeiro um terreno era considerado seu dono legítimo. A falta de limitações fez com que os índios perdessem inúmeros territórios de forma arbitrária e desordenada. 

Efeitos da expansão
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Colonos desbravadores do interior dos EUA. Apesar de importantes para o avanço econômico, a ação destes colonos
acabou por prejudicar os povos nativos.
Cada vez mais as terras eram tomadas pelos colonos exploradores. Essa prática diminuiu consideravelmente os territórios dos nativos. Além disso, uma prática esportiva foi logo adotada pelos invasores: a caça de búfalos. Os búfalos eram a principal fonte de caça dos sioux. Eles caçavam apenas o essencial para comer, e, por isso mesmo, nunca colocaram em risco estes animais. Os colonos, entretanto, atiravam aleatoriamente em qualquer animal, apenas por prazer, o que levou a uma rápida diminuição do número destes animais, beirando a extinção. Dessa forma, os sioux tiveram cada vez menos espaço para plantar e cada vez menos búfalos para caçar. 

Sangue com sangue
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Guerreiros sioux, utilizando seus trajes de guerra típicos. Os cavalos eram animais de grande consideração
na cultura sioux.
Confrontos entre colonos e nativos eram frequentes. A brutalidade entre eles era cada vez maior. Para a proteção dos colonos, o governo dos EUA iniciou a construção de diversos fortes, especialmente ao longo da trilha do Forte Laramie. Esses fortes acabavam por empurrar ainda mais os indígenas. Nuvem Vermelha conduziu vários ataques a estes fortes, e vários deles quase não foram concluídos, tamanha era a perturbação dos ataques indígenas. Em 21 de Dezembro de 1866, 80 soldados liderados pelo capitão William Judd Fetterman, tinham como objetivo eliminar o bando de Nuvem Vermelha. Claramente o governo norte-americano subestimou os indígenas, enviando tão poucos soldados contra eles. Liderando mais de 1000 guerreiros, Nuvem Vermelha eliminou todos os homens de Judd, incluindo o próprio capitão, episódio que ficou conhecido como Massacre de Fetterman.

Acordo de "Paz"
Diante dos ataques constantes, em 1868 o governo chegou a abandonar a construção de vários fortes ao longo da trilha Bozeman. Conduzido pelo general Ulysses S. Grant, um acordo de paz foi assinado com Nuvem Vermelha no ano de 1869. Esse tratado significou pouco, pois o expansionismo continuou e os indígenas continuaram perdendo espaço. Assim, Nuvem Vermelha retomou seus ataques.

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Touro Sentado e William Cody (Buffalo Bill), um dos maiores
fora-da-lei da época.
Nuvem Vermelha em Washington
Diante dos inconvenientes, o governo norte-americano convidou Nuvem Vermelha para, pessoalmente, comparecer na capital do país, Washington. Em 1870, Nuvem Vermelha foi para lá, para reclamar os direitos dos nativos americanos. Ele foi recepcionado na Casa Branca e depois viajou também para Nova York, na época, já uma importante metrópole. Suas palavras ganharam grande cobertura da imprensa. Na verdade, há registros de grandes multidões que se reuniam para o ouvir, e todos ficavam impressionados com sua eloquência e oratória. Diante de todos, Nuvem denunciava que seu povo estava sofrendo e perdendo suas terras e sua própria maneira de viver por conta da pura ganância dos colonizadores, que, na busca pelo ouro, destruíam suas terras e matavam seus búfalos. 

Touro Sentado e Cavalo Doido
Nuvem Vermelha passou a lutar no campo político e diplomático, mas enquanto isso, outros chefes indígenas como Touro Sentado e Cavalo Doido continuavam campanhas agressivas, o que deteriorou as negociações entre índios e o governo dos EUA. Nuvem Vermelha não voltou mais a tomar ações de guerra, mas continuou a lutar pelos direitos dos indígenas, usando agora não mais o machado, o arco e a flecha, mas sim a palavra. Ele deixou a liderança dos Sioux posteriormente. Em 1897, ele foi mais uma vez para Washington para lutar pelos direitos indígenas. 

Morte e legado
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“Fizeram-nos muitas promessas, mais do que posso me lembrar, mas eles nunca as cumpriram, com a exceção de uma: prometeram tomar a nossa terra e a tomaram” - Nuvem Vermelha.
Nuvem Vermelha morreu aos 88 anos, em 10 de Dezembro de 1909, na reserva indígena de Pine Ridge. Até o dia de sua morte, ele lutou pelos direitos indígenas. Nuvem Vermelha fez guerra, mas também procurou a paz. Foi porta-voz não somente dos sioux, mas de todos os nativo americanos. Apesar de algumas conquistas, como o estabelecimento de algumas reservas indígenas e parque naturais, Nuvem Vermelha morreu sem ver o seu objetivo concluído: o governo continuou sua política de expansão e os índios, mesmo após os tratados de paz e as leis a seu favor, não viram a prática da bonita teoria. Perdiam cada vez mais território e foram lentamente absorvidos pelos colonos.

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Adolf Hitler criou não apenas uma ideologia, mas um culto à própria personalidade. Ele conseguiu se materializar como sendo a própria Alemanha.

Em comemoração aos mais de 500 seguidores que a página alcançou, fazemos essa postagem especial trazendo de forma resumida (mas com várias informações pouco divulgadas) toda a trajetória política de Adolf Hitler e sua organização.

Um artista "sem talento"
Nascido em 1889 na Áustria, filho de Alois Hitler e Klara Poezl (seu pai era, na verdade, tio de sua mãe), o pequeno Adolf já mostrava interesse pelas artes. Jovem, parte para Viena com o objetivo de estudar na Academia de Belas Artes dali. Entretanto, o professor que o avaliou considerou que Hitler tinha "pouco talento, e deveria procurar outra função". As portas da Academia se fechavam para o jovem e futuro ditador da Europa, mas ele faria arte, usando a guerra como seu pincel e a Europa como seu quadro.

Batismo de Fogo

Alistando-se voluntariamente no exército da Bavária, Hitler combateu durante a Primeira Guerra Mundial. Chegou a levar um tiro, mas sobreviveu. Seu destino ainda não estava selado. Recebeu duas vezes a Cruz de Ferro por atos de bravura. Quando estavam a apenas 15km de Paris, o Alto Comando das forças armadas alemãs assinou um tratado incondicional de paz com a Inglaterra e a França, arcando com todos os custos de reparação da guerra e sofrendo pesadas restrições militares. Hitler voltava para casa com duas medalhas e uma derrota.

Nacionalismo, ressaca e cerveja
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Hitler conquistou uma rápida popularidade através de sua retórica e de sua oratória.
O clima na Alemanha não era dos melhores. A economia estava em ruínas, o exército estava desmantelado, os impostos subiam, os preços aumentavam e os salários e os empregos diminuíam. O sentimentalismo nacionalista e o anti semitismo já eram férteis antes de Hitler começar a discursar com eloquência. 

http://a66c7b.medialib.glogster.com/media/ba/ba06d7a1cbddbbf4973b732e4ab0486ca0f77eb5eb67125c0bf5c5fd38caa9c1/german-friend.jpg
Cartaz italiano dizendo: "A Alemanha é
verdadeiramente vossa amiga".
Um partido, outro partido
A recente democracia alemã propiciou o surgimento de mais de 50 facções políticas, a maioria delas de cunho nacionalista e conservador. Uma dessas facções, o Partido dos Trabalhadores Alemães, presidido por Drexler, proporcionou atração a Hitler por conta de seu enfoque político. Logo ele começou a discursar e, as pequenas cadeiras ocupadas não eram mais suficientes para as multidões cada vez maiores que se reuniam para ouvir os discursos de repúdio ao tratado de Versalhes, rancor contra os "traidores das trincheiras" e o anti semitismo dirigido à "elite judaica que dominava os bancos e tirava o pão dos alemães".

Nasce o NSDAP

Hitler efetivamente toma o controle do Partido dos Trabalhadores alemães em 1921, trocando seu nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP). A palavra "socialista" foi um recurso estratégico para efetivamente isolar os socialistas e comunistas de linha marxista, já que o NSDAP possuía, desde o início, um caráter anti comunista e anti socialista, considerando o Marxismo como uma doutrina impregnada de judeus, sendo Karl Marx mesmo um judeu.

Capa do Mein Kampf, a autobiografia de Hitler.
O Putsch de 1923
Em 1923, confiante do sucesso iminente, Hitler e seus correligionários tentam um golpe em Munique. Apoiados por Erich Ludendorff, uma importante figura política e militar da época, os nazistas acabaram derrotados, fracassando nessa tentativa. Um dos elementos cruciais para o fiasco de 1923 foi a traição do comissário Von Kahr, que, fingindo-se aliado de Hitler, após uma tentativa de unificação de todos os partidos e facções de Direita para o isolamento dos nazistas, acabou avisando ao exército alemão do golpe nazista, e, antecipadamente, as forças militares se prepararam nos quartéis.

Escrevendo um livro na prisão
Hitler, preso, julgado e sentenciado por alta traição, foi condenado a pagar uma multa de 200 marcos de ouro e a cumprir cinco anos de prisão. Entretanto, após alguns meses foi tido como habilitado para a liberdade condicional. De fato, ele só permaneceu poucos meses na cadeia, tempo que não foi perdido: escreveu sua autobiografia, o Mein Kampf (Minha Luta), livro panfletário da ideologia nazista que foi, durante muito tempo, um best seller não só na Alemanha, mas em todo o mundo.

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Cartaz do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Eleições perdidas
Ludendorff, representando o Partido Nazista, competiu contra Hindenburg nas eleições para o cargo de presidente. Mas Hindenburg acabou vencendo as eleições. Até então, a representatividade era mínima para o Partido Nazista, que ocupava apenas 3 assentos no Reichstag, o parlamento alemão.

Tomando a Chancelaria
Depois do cargo de presidente, a segunda figura mais poderosa da Alemanha era o chanceler. Hindenburg apontou vários nomes para esse cargo, mas nenhum deles foi bem sucedido na função. Hitler e seu partido estavam se tornando grandes demais e não era mais possível ignorá-los. A alta cúpula chegou a cogitar Otto Strasser como chanceler, já que ele era um rival político de Hitler com grande popularidade dentro do Partido Nazista, assim, isolando a figura de Hitler. Mas isso não foi possível. Hindenburg foi obrigado, então, já sem alternativas, a colocar Hitler no cargo de chanceler, em 1933. Agora os nazistas já eram bem mais presentes no parlamento.

A culpa é dos comunistas
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Reichstag em chamas, atentado nazista para acumular mais poderes. Os comunistas foram apontados como culpados.
Após o fracasso de 1923, os nazistas não tentariam outra tomada forçada do poder. Agora, agiriam pelos meios legais, mas não somente por eles: a sabotagem tornou-se um recurso interessante. Nazistas colocaram fogo no Reichstag e culparam os comunistas. Então, Hitler, perante Hindenburg, argumentou que somente ele e seu partido eram capazes de restabelecer a ordem. Hindenburg, talvez mais anti comunista do que Hitler, não ofereceu resistência significativa ao que de fato foi a morte da constituição democrática alemã e o acúmulo de poderes para os nazistas e para Hitler. 

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Paul Hindenburg, o último presidente da democracia alemã. Após
sua morte, Hitler acumularia seus poderes de forma irreversível.
Descanse em paz, velho Hindenburg!
Em 1934, Hitler coordena a Noite das Facas Longas, eliminando seus rivais políticos. Agora, líder soberano dos nazistas e colocando seu partido efetivamente no poder do país, Hitler agrega as funções de presidente ao seu cargo de chanceler, após a morte de Hindenburg. A única autoridade agora era o Führer, e a Alemanha agora tinha um nome: Adolf Hitler.

Inglaterra e França: tomando chá e comendo escargot
Hitler logo iniciou uma forte e agressiva campanha de rearmamento alemão. Além disso, parou de fazer qualquer pagamento reparatório pelo Tratado de Versalhes. Os ingleses e franceses observavam inertes a tudo isso e nada fizeram para evitar a desobediência alemã. Na verdade, talvez sua intenção fosse utilizar os alemães como ponta de lança para desmantelar a União Soviética que, na época, era vista como a maior ameaça. O movimento revolucionário internacional crescia e os nazistas pareciam uma ferramenta interessante para derrubá-los. Mas os alemães se mostrariam como cães impossíveis de se encoleirar. 

A Europa é um parque de diversões
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Hitler e seu Alto Comando passeando por Paris. Os franceses, que subestimaram o
nazismo, caíram em poucas semanas.
Logo o expansionismo alemão teve início. Através das táticas inovadores de Blitzkrieg (Guerra Relâmpago), rapidamente, uma a uma, as nações europeias foram conquistadas, entre 1938 a 1945. Figuram nessa lista países como a Ucrânia, a Polônia, Bielorússia, Hungria, Checoslováquia, Iugoslávia, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Estônia, França, Grécia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Noruega, Renânia, Ucrânia e Eslováquia, além da anexação da Áustria, sem contar vários outros territórios menores.

Papai Stalin
As expectativas das potências ocidentais se desfizeram com a aliança entre Alemanha e União Soviética. Juntos, nazis e comunistas dividiram a Polônia. De fato, o comércio e as trocas militares entre as duas potências foi muito alto. A União Soviética chegou, realmente, a alimentar a máquina de guerra nazista durante anos, com óleo, gás, minérios e gêneros alimentícios, ajudando a criar o monstro do qual ela mesma seria vítima. Em 1941, Hitler trai seu pacto e invade a União Soviética. Agora eram vermelhos contra vermelhos.
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Hitler, o Führer, e Mussolini, o Dulce italiano: a amizade selada entre Nazismo e Fascismo.
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A foto emblemática da bandeira socialista acima do Reichstag alemão,
após a derrota final dos nazistas.
 Aliados contra a suástica
Agora o esforço de guerra comum contra os nazistas havia sido ampliado. Os soviéticos, empurrando os nazistas pelo Leste, e os Aliados espremendo-os pela Europa ocidental. Os desembarques aliados e o avanço soviético agora faziam recuar exércitos antes considerados invencíveis. Hitler experimentou sua primeira grande derrota em Stalingrado, uma cidade símbolo da luta pessoal e patriótica dos dois maiores títeres da época. 

Berlim em chamas
Em 1945, os alemães já estavam com seu destino traçado. Agora, espremidos apenas em seu próprio território, os alemães estavam cercados por ingleses, norte-americanos, canadenses e soviéticos de todas as nacionalidades. Hitler via, assim, o fim do seu Reich. Mas os alemães não se renderam: com cada vez menos soldados regulares, agora as fileiras eram repostas com soldados recrutados do povo, geralmente homens idosos (as Volksturn) e membros da juventude hitlerista (Hitlerjugend). No dia 2 de Maio de 1945, a Alemanha Nazista estava oficialmente derrotada, e o Alto Comando das forças armadas alemãs havia aceito uma rendição incondicional. Hitler e sua mulher, Eva Braun, cometeram suicídio alguns dias antes e seus corpos foram queimados. Essa versão, até hoje, inspira desconfiança.

Legado
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Hitler inspira admiração, ódio, encantamento e rancor. Representou, ao mesmo tempo, o ápice e a (quase) destruição
do próprio povo; representou a esperança para milhões e a morte para outros milhões.
No início de seu governo, Hitler tomou em suas mãos uma nação humilhada, quebrada economicamente, desmoralizada e com uma economia em forte recessão. Conseguiu retomar a industrialização do país, criou diversas obras e projetos públicos, aumentou a oferta de empregos até a quase total extinção do desemprego; tomou uma população desmoralizada e a transformou na maior massa de culto cívico e político já existente. Fez dele mesmo uma figura popular e a personificação da Alemanha idealizada. Tomou um exército desmantelado e fez dele a maior máquina de guerra da época. Mas, no fim, Hitler acabou por adotar políticas desgastantes. Utilizou inúmeros recursos para a eliminação de judeus, mesmo com o avanço dos inimigos. A barbárie e os crimes foram práticas comuns de sua gestão e de seus seguidores. Mas não devemos nos esquecer dos crimes que os Aliados, retratados como heróis, também cometeram. Os soviéticos, que tiravam fotos libertando sobreviventes de campos de concentração, haviam eles mesmos deportado inúmeros judeus para a Alemanha. Ingleses, franceses e norte americanos assistiram tudo calados e só tomaram uma iniciativa quando seus interesses econômicos foram atingidos. Hitler é uma figura emblemática: ao mesmo tempo, é o exemplo daquilo que um líder deve ser (carismático, popular, esforçado, dedicado, fiel ao seu país e otimista quanto ao futuro, pragmático e enfático) e daquilo que um líder não deve ser (manipulativo, ganancioso, megalomaníaco, genocida e criador de um culto pessoal). Para o bem ou para o mal, Hitler, o Nazismo e a Alemanha entraram definitivamente para a História, e dessa História podemos tirar lições valiosas daquilo que devemos evitar.


Referência bibliográfica:
Biography.com
Getúlio Vargas, o "Pai dos Pobres".
O Pai dos Pobres
Getúlio Vargas, nascido na pequena cidade de São Borja, em 19 de Abril de 1882, no estado do Rio Grande do Sul, possivelmente foi o político mais emblemático, paradoxal e enfático de toda a História política brasileira. Chamado ao mesmo tempo de Pai dos Pobres por consolidar os direitos trabalhistas e Pai dos ricos por atender aos desejos de certas oligarquias, 
Vargas foi o político do contraditório - mas também o político firme e sólido. A Era Vargas significou o fim de períodos determinados e o início de outros; a oposição a certos grupos da elite e o agrado a outros; a causa nacionalista amparada pelo movimento integralista e o modelo desenvolvimentista aliado ao trabalhismo. Vargas encarnava o espírito aristocrático e as velhas tradições e, ao mesmo tempo, fazia a junção com o populismo típico dos líderes que conseguem uma aproximação maior com o povo, não o povo dos clubes de domingo, mas sim o povo das periferias e do chão de fábrica. As inúmeras incontingências, entretanto, reforçam o caráter crítico ao governo varguista, mas jamais são suficientes para descaracterizar as conquistas desse período.

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/rbs/image/16468631.jpg
Política: novas e velhas estruturas
O regime republicano significou pouco para o povo. Através do voto de cabresto, a coerção ao voto e as inúmeras fraudes eleitorais, na prática o presidente era escolhido pelas oligarquias, e não pelo eleitor. A política do café com leite, por exemplo, foi o ápice dessa prática, onde Minas Gerais e São Paulo faziam a alternância no poder.



http://netleland.net/hsampa/Epopeia1930/galeria1930/norio.jpg
Militares apoiadores de Getúlio, sendo saudados por populares.
A Revolução de 1930
O fim desse modelo estrutural conhecido como República Velha veio com a Revolução de 1930, uma ação de setores militares apoiados pelos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco, após o descumprimento da alternância de poder por conta dos paulistas que, recusando um candidato mineiro, lançaram Washington Luís, candidato paulista. Getúlio surge como figura de oposição, e, após uma eleição conturbada onde recebeu a derrota, depõe Washington e impede a posse de Prestes, no dia 24 de Outubro de 1930.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2cKcf9nNqlp-BLafJh1n4wXg-yAeu8RQW5Wp85cqDruM-ljctD6huJW3-6qGrg_XMo7luhheUvG2LNbAuqqp3NsQ0sHqE9NMQFM2-Pcbc376eZaky5StbluMnwTdxjhoHLn-ePTLtds_O/s1600/Get%C3%BAlio+Vargas+(centro)+e+seus+seguidores+durante+a+sua+curta+estadia+em+Itarar%C3%A9+(SP)+em+seu+caminho+para+o+Rio+de+Janeiro,+depois+do+%C3%AAxito+da+revolu%C3%A7%C3%A3o+brasileira+de+1930..png
Getúlio Vargas em sua posse, em Itararé, SP, após o golpe revolucionário de 1930.

A Era Vargas
Em um período de 15 anos ininterruptos de governo, Vargas dominou a política nacional em três momentos. O primeiro, chamado de Governo Provisório, durou de 1930 a 1934. Vargas, nesse período, afirmou-se como um presidente de restabelecimento da ordem nacional, que, após o mandato, deixaria voluntariamente o cargo. De 1934 a 1937, no período conhecido como Governo Constitucional, Vargas não cumpriu sua promessa de saída do poder: ao contrário, centralizou a administração federativa e acumulou poderes em sua mão, realizando, para isso, mudanças constitucionais para assegurar a normalidade de seu poder.

O golpe de 1937
De 1937 a 1945, no Estado Novo, Getúlio organiza um segundo golpe, amparado pelo esquema criado pelo capitão Olímpio Mourão Filho, onde uma suposta conspiração comunista era denunciada. Assim, as eleições de 1937 são suspensas, com a prerrogativa de evitar o suposto golpe comunista. Durante o Estado Novo, Getúlio realizou a aceleração do progressismo industrial no Brasil, consolidou a CLT (promulgada em 1º de Maio de 1943), garantindo os direitos trabalhistas ao povo brasileiro e ampliou a propaganda pessoal em torno de sua imagem.
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Getúlio Vargas no estádio de São Januário, em 1º de Maio de 1943, dia da promulgação
dos direitos trabalhistas.

 

Saída e Retorno
A Era Vargas terminou em 1946, com as intensas demandas por novas eleições. Nesse mesmo ano, Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente e Vargas deixa o poder, ma não a política: de 1946 a 1947 atua como senador do RS. Em 1950, com a campanha popular "Volta Getúlio", atendendo ao clamor popular, Vargas retorna à presidência da República, dessa vez através de eleições diretas. Diferente de 1930 e 1937, agora Getúlio chegava ao poder por meios democráticos, e não por golpe.
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Getúlio Vargas discursa após sua eleição, garantindo seu retorno à política em 1950.

Política externa 
 
Getúlio Vargas e Roosevelt, presidente dos EUA. Esse período foi decisivo para a maior aproximação entre Brasil e Estados Unidos.

Não é segredo que Vargas tenha se atraído pelo regime Nazista e Fascista. Getúlio era nacionalista, trabalhista e anti comunista, e esses regimes eram o supra sumo de tais teorias na época. A moral nacionalista, o civismo e o populismo dos líderes desses regimes atraíam o grande ditador brasileiro, que acabou por perseguir seus opositores com igual crueldade. Assim, o Brasil se aproximava mais das nações do Eixo. Theodore Roosevelt, então presidente dos EUA, observou essa amizade com cautela e, então, decidiu dissuadir Vargas dessa relação estreita. Prometendo financiamentos, empréstimos e maiores investimentos norte americanos no Brasil, Roosevelt conseguiu prender a atenção de Vargas. As misteriosas explosões de navios brasileiros no litoral, atribuídas rapidamente a submarinos alemães, serviram para lançar o Brasil em uma guerra que não era sua. Os pracinhas, soldados brasileiros, compondo a FEB (Força Expedicionária Brasileira) e a FAB (Força Aérea Brasileira) foram para a Itália e, em Monte Castelo, derrotaram em poucos dias os nazistas que impuseram uma forte resistência aos norte americanos na região. Assim, Brasil e EUA realizaram uma maior aproximação política e econômica, algo que caracterizou a política externa nacional até os dias atuais.

Intrigas e Morte
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Acusado de encomendar a eliminação de certos inimigos políticos e de agir através de fraudes para garantir sua eleição e a manutenção de seu poder, Getúlio enfrentou uma oposição cada vez mais cerrada, encabeçada por inimigos políticos como Carlos Lacerda, provavelmente seu maior opositor. Acusado de promover a censura e afrontar a Constituição, Getúlio enfrentava cada vez mais problemas em seu governo. Vários setores militares, aliados à Getúlio, lhe ofereceram a opção de eliminar seus inimigos, mas Vargas temia a reação de outros setores militares que o pudessem trair, e, não desejando uma guerra civil nem maiores escândalos jornalísticos, optou por não agir desse modo. Assim, em 1954 Getúlio tira a própria vida com um tiro no peito, deixando ao povo brasileiro sua famosa carta memorial, relatando seus feitos políticos, suas ambições, seu amor e consideração pelo povo e, finalizando com a emblemática frase: "(...) Serenamente dou o primeiro passo no caminho para a eternidade e saio da vida para entrar na Hsitória", abandona não só a política, mas a própria vida. Seu funeral foi acompanhado por uma imensa multidão que, aos prantos, acompanhou o cortejo de seu corpo já frio. Contudo, a versão de que Getúlio cometeu suicídio ainda enfrenta revisionismos e é cercada de dúvidas e hipóteses.
 
Realizações e Legado
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Getúlio foi o mais importante e influente presidente (e ditador) do Brasil. Captou a atenção do cenário internacional, projetou o Brasil no mundo, industrializou o país, realizou obras de infraestrutura, aprovou os direitos trabalhistas através da CLT, criou a Petrobras (a mais importante estatal do país) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), além de importante seguridade nacional. Em torno de sua figura, criou um verdadeiro movimento cívico que ia desde as crianças até aos mais velhos. Conseguiu acalmar as rivalidades entre as classes sociais, agradando ricos e pobres (mas não a todos). Seu governo foi marcado também pela repressão e pelo excesso de centralização de poder, mas devemos ter em mente o cenário político, ideológico e contextual da época. Se, por um lado, Vargas usou do medo comunista para consolidar seu poder, à época o importante movimento comunista da Coluna Prestes chegou, por instantes, a ameaçar o país, cenário diferente da paranoia de 1964. Dois partidos surgiram da influência varguista: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Vargas foi uma importante figura trabalhista e nacionalista e suas influências são sentidas até hoje.


Referências:
Fundação Getúlio Vargas
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Milícia boêre. Estes guerrilheiros, em sua maioria trabalhadores comuns, dariam grande trabalho para as tropas britânicas.

O que acontece quando um império declara guerra a duas pequenas repúblicas recém declaradas em sua colônia sul africana? Fazendeiros pegam em armas e lutam contra os homens da Coroa. A Segunda Guerra dos Bôeres foi um confronto entre europeus no continente africano, uma série de conflitos com interesses econômicos, políticos e ideológicos.

Os Bôeres
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Família de bôeres.
Os assim chamados Bôeres eram colonos oriundos dos países baixos (e, em menor número, de origem italiana e alemã, além de huguenotes franceses), geralmente professando a religião calvinista. Estes colonos criaram até mesmo um idioma próprio, o africâner. Chegaram à África do Sul nos séculos XVII e XVIII. Na África do Sul, estes colonos estabeleceram diversas comunidades que prosperaram de forma acelerada, sobretudo em regiões com alta concentração de minerais. As fazendas dos Bôeres eram promissoras em suas criações de gado. Essa prosperidade incomodou os colonizadores predominantes, os britânicos, e se tornaria ainda mais inconveniente com a criação de duas repúblicas independentes fundadas por estes colonos.

Transvaal e Orange
Percebendo as disputas com os ingleses, os bôeres logo trataram de assegurar seus interesses e suas posses no continente africano. À Nordeste da África do Sul criaram duas repúblicas independentes, a República do Transvaal e a República de Orange. Agora, não eram mais uma minoria dentro do território sul africano controlado pelos britânicos, mas donos do próprio nariz e senhores de suas terras.

Inconvenientes econômicos
As duas repúblicas representaram um problema para os interesses imperialistas britânicos. As regiões onde o Transvaal e Orange se estabeleceram possuíam ricas jazidas de minerais e uma boa localização para a criação de gado. Logo, os britânicos se viram privados de uma importante e estratégica região rica em recursos minerais, e o maior interesse na colonização europeia era justamente a obtenção de minerais valiosos. As duas repúblicas não eram apenas um gesto de independência: significavam, agora, um insulto e uma ofensa à soberania do Império Britânico.

A guerra é declarada
 
Entre 11 de Outubro de 1899 a 31 de maio de 1902, os britânicos se envolveram em uma série de confrontos com os colonos bôeres. A Coroa Britânica tinha como objetivo anexar as duas repúblicas recém criadas, ricas em jazidas de ferro, diamante e ouro. Mas os bôeres resistiram de forma inesperada: venceram várias expedições enviadas contra eles. As tropas britânicas, superiores em número, treinamento e equipamentos, chegaram a sofrer sérias derrotas nas mãos de fazendeiros e mineradores bôeres que formavam pequenas milícias. Estes homens lutavam com estratégias de guerrilha: se dispersavam em pequenos grupos por longas regiões e atacavam os ingleses de surpresa. 

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Milícia bôere na África do Sul.
O fim da resistência
A Segunda guerra dos Bôeres não foi um conflito estável. Por diversas vezes a vitória parecia certa para um dos lados, mas o jogo virava. Inicialmente, os bôeres dominam a guerra. A iniciativa do conflito foi deles, na invasão da colônia do Cabo, além de cercar outras cidades importantes e anexar territórios ingleses. Em 1902 os ingleses atacaram de volta. Assim, os ingleses acabaram por vencer os bôeres.

Repressão violenta
Os ingleses foram especialmente violentos em sua repressão aos insurgentes bôeres. Chegavam a queimar e destruir propriedades inteiras, causando um verdadeiro rastro de devastação nas comunidades dos colonos. Muitos eram torturados antes da execução, ou condenados a diversos trabalhos forçados; outros eram enviados para distantes colônias penais.




Campos de Concentração
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Crianças e mulheres bôeres presas em um campo de concentração.
Um episódio pouco conhecido da História é o triste fato da utilização de campos de concentração pelos britânicos. Milhares de bôeres, incluindo mulheres e crianças, foram confinados em campos de concentração e submetidos a duros trabalhos forçados. O tratamento era degradante, extremamente rígido e desumano. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas morreram nesses campos. 

Péssima imagem
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Tropas britânicas da guerra dos bôeres. Inúmeros negros lutaram ao lado dos ingleses, mas, ironicamente, eles não receberiam direito ao voto com o tratado de Vereeniging.
Logo a situação degradante dos prisioneiros repercutiu internacionalmente, manchando a imagem do Império britânico. Tensões sociais emergiram ainda mais fortes entre os descendentes dos bôeres e os descendentes ingleses na região.

A "Paz" de Vereeniging
Em 31 de Maio de 1902, um tratado de paz é assinado entre os bôeres e os ingleses. Esse tratado, chamado de Paz de Vereeniging, na verdade foi uma humilhante imposição aos bôeres, que perderam suas repúblicas, tendo suas repúblicas sido anexadas novamente ao território sul africano sob domínio britânico. Nenhuma reparação foi dada aos prisioneiros bôeres ou às vítimas dos mortos nos campos de concentração.

Lições 
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Milícias bôeres lutando contra os ingleses.

O uso de campos de concentração remonta muito antes da Segunda Guerra mundial. Infelizmente, episódios de utilização dessa forma de aprisionamento não se restringiram apenas aos alemães. As potências aliadas fizeram largo uso de campos de concentração, como os norte-americanos que prenderam milhares de japoneses residentes nos EUA durante a Segunda Guerra. Os bôeres não criaram apenas repúblicas artificiais: sua emancipação foi, antes de econômica, cultural e identitária. Seu esforço e sua coragem, quando simples agricultores enfrentaram forças militares regulares da maior potência mundial da época, demonstram a coragem que leva alguém ou um grupo a enfrentar oponentes mais fortes em busca de seus ideais.
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