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Marco Histórico
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http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Bundesarchiv_Bild_101I-209-0090-29,_Russland-Nord,_Infanterie_und_Panzer_35t.jpg
Tropas de infantaria alemã acompanhadas de unidades blindadas.
Bater para que o inimigo não se levante
Muitas mudanças aconteceram desde o início da Primeira Guerra Mundial. Primeiro, notamos a progressiva substituição da cavalaria por corpos de veículos, naquela época, ainda desajeitados. Depois, os céus tornaram-se também palco para os combates, com o uso dos primeiros aviões equipados com armamentos. O uso crescente das ferrovias também facilitava o manejo de tropas, que, antes, poderia levar dias inteiros. As armas químicas redesenharam também a engenharia de guerra, aumentando o potencial de letalidade dos bombardeios e das peças de artilharia. Entretanto, o homem parecia ainda enxergar a guerra aos moldes da era napoleônica, não raramente adotando táticas tradicionais de combate e dando predileção notória à infantaria. O uso dos aviões, dos veículos blindados e das peças de artilharia ainda era pouco desenvolvido, ou ao menos, não desenvolvido do modo como poderia ser. Os exércitos eram enxergados como peças diferentes entre si: veículos blindados perfazem uma ferramenta, infantaria, outra; força naval, idem, e assim, não havia uma consonância entre as diferentes mobilizações e unidades militares. Uma nova estratégia que preconizava a união sistêmica e a utilização simultânea de forças terrestres, marítimas e aéreas surgiu e teve ação crucial durante toda a Segunda Guerra Mundial, revolucionando o modo como a guerra subsequentemente seria tratada e conduzida.

O Mentor da Blitzkrieg
http://i.wp.pl/a/f/jpeg/27560/Manstein.jpeg
Blitzkrieg, em uma tradução mais aproximada, significa Guerra Relâmpago. A Blitzkrieg foi uma estratégia de tática e mobilização militar preconizada e desenvolvida por Erich Von Manstein. Nascido em Berlim, em 24 de Novembro de 1887, Erich foi um importante e destacado líder militar atuante na Wehrmacht, graduado ao posto de Generalfeldmarschall (Marechal de Campo). Durante a Segunda Guerra, foi um dos mais proeminentes e competentes estrategistas de campo. Manstein era o típico trunfo alemão: veterano experiente e amadurecido em combates militares, tendo atuado em diversas frentes durante a Primeira Guerra Mundial. Dentre os feitos de Manstein, podemos destacar sua participação no planejamento da estratégia Fall Gelb, na qual os alemães avançaram sob a França através do improvável caminho das Ardenas em 1940, vencendo a Linha Maginot, uma série de fortificações francesas consideradas invencíveis até então. Participou também da Operação Barbarossa, invadindo a União Soviética, em ações como o Cerco de Sebastopol. Participou também da lendária batalha de Stalingrado, onde sofreu provavelmente sua maior derrota. Atuou também na Batalha de Kursk, considerada a maior batalha de tanques de toda a História, onde a vitória foi obtida pelos soviéticos e seus T-34. Manstein teve sérias discordâncias em relação a Hitler, principalmente em relação à tática que preconizava a luta simultânea em três frentes distintas e dispersas pelo território soviético. Em Março de 1944, foi demitido por Hitler e nunca mais ocupou um cargo militar. Faleceu em 10 de Junho de 1973, aos 85 anos de idade, na cidade de Irschenhausen. As contribuições de Manstein para as táticas de mobilização e atuação simultânea de forças e corpos diferentes remodelou as táticas de campo, e até hoje influenciam em operações militares contundentes.

A Guerra Relâmpago
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A estratégia da Blitzkrieg preconizava basicamente a ação conjunta de diversas partes de uma força militar (infantaria, unidades blindadas, aviação, unidades navais, por exemplo) em operações simultâneas rápidas e decisivas. O objetivo era a utilização máxima de um potencial ofensivo capaz de, rapidamente, imobilizar uma força inimiga antes que ela fosse capaz de organizar uma defesa ou uma reação. Em geral, as táticas de Blitzkrieg alemãs durante a Segunda Guerra utilizavam o avanço de tanques (as unidades Panzer) e blindados em geral, avanço de infantaria por terra, bombardeamento prévio das posições inimigas, uso de artilharia pesada e, em alguns casos, apoio naval e utilização de
unidades de paraquedistas. Esta tática demonstrou uma imensa utilidade, especialmente nas fases iniciais
da Operação Barbarossa, onde exércitos soviéticos inteiros eram imobilizados em poucas horas. 
 
 
As falhas da Blitzkrieg em campoO avanço proporcionado pela estratégia da Blitzkrieg era inacreditável. As forças alemãs avançaram centenas de quilômetros dentro do território soviético sem encontrar oposição à altura. Os exércitos soviéticos eram rapidamente neutralizados. Entretanto, três problemas principais determinaram o fracasso da estratégia da Guerra Relâmpago em solo soviético: em primeiro lugar, a vastidão territorial da URSS, o que permitiu a reorientação das indústrias soviéticas e a evacuação das tropas, além de permitir uma desgastante resistência dos guerrilheiros que atacavam a retaguarda e os flancos alemães; em segundo lugar, o recente e impiedoso inverno russo, que ou tornava os campos lamacentos com as contínuas chuvas, ou fazia os veículos deslizarem ou atolarem com as espessas camadas de neve, fator climático que retardou ou até mesmo imobilizou o avanço alemão durante várias semanas; e por último, mas não menos importante, a tática adotada por Hitler em manter o avanço em três frentes simultaneamente, o que tornava difícil a comunicação e a organização das tropas e dos recursos. Quanto mais distantes as tropas alemãs chegavam, menor e mais dificultosa era a reparação de suprimentos. Por vezes, a falta de combustíveis, munição e manutenção inutilizava os veículos e a tática de guerra rápida não podia ser levada adiante. Este foi um dos fatores, por exemplo, para a derrota alemã na Batalha de Stalingrado.  
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/British_Mark_IV_Tadpole_tank.jpg
Foto de um tanque britânico Mark IV. Este modelo foi o primeiro a ser utilizado em batalhas.

O tanque Mark IV foi um aprimoramento dos veículos de tração criados por Sir William Ashbee Tritton, com o objetivo de transportar armamentos pesados e substituir gradualmente o uso de cavalos, ainda muito comum durante a Primeira Guerra Mundial. Resultado do aprimoramento das versões anteriores, este grotesco monstro de aço tomou lugar nos campos de batalha entrincheirados durante grande parte do primeiro conflito mundial, sendo utilizado pela primeira vez em 1917, na batalha do Rio Messines, contra os alemães.


O "Pai" dos Tanques de Guerra
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicijBzsFtsXNfW2cHHWDJ0ezQGKsyoPAwtoItOGjDVETT0qb-hfeRKMpSxCJump6oWtDZ3k7vE_bKAoG0aYKUEHb_5e247fqbfONqv-wVngfFIGPNfdKGbH7TlQ_1u5vP0k5cf94KucpOg/s0/t22.jpg
Foto de um tanque Mark IV em uma estrada, lotado de soldados britânicos.


Tanques de guerra já eram imaginados desde o período da Renascença, como por exemplo, nos projetos de Leonardo da Vinci.  Entretanto, foi no século XIX que o primeiro tanque de guerra foi utilizado. Trata-se do modelo britânico Mark IV, um veículo de design estranho aos nossos olhos e de pouca capacidade de manobra, mas que representou uma grande inovação para as táticas de guerra. O tanque Mark IV pode ser considerado como o "pai dos tanques de guerra", tanto por sua inovação, quanto pelo fato de que este modelo serviu de inspiração para os posteriores modelos das mais diversas configurações. 

Os Inventores

Major Walter Gordon Wilson, co-inventor do Mark IV.
O  Major britânico Walter Gordon Wilson, creditado pela co-invenção do modelo Mark IV, foi um engenheiro mecânico membro da Real Serviço Aéreo Naval Britânico (British Royal Naval Air Service). Em 1919, ele recebeu uma condecoração da Real Comissão de Prêmios para Inventores (Royal Commission on Awards to Inventors) por seus feitos em relação ao tanque Mark IV. Nascido em Dublin em 21 de Abril de 1874, passou a frequentar o King's College, em Cambridge, no ano de 1894., onde estudou ciência mecânica. Formou-se com conceituação máxima no ano de 1897. Com o começo da Primeira Guerra Mundial, Walter uniu-se à Real Divisão Naval Armada de Carros (Royal Naval Armoured Car Division), uma divisão de suporte para os contingentes do Real Serviço Aéreo Naval Britânico na França. Juntamente com o engenheiro William Tritton, especialista em máquinas agrícolas, criou o primeiro tanque britânico chamado de Little Willie, que basicamente serviu como veículo de tração. Após este primeiro invento, criaram o modelo de tanques Mark, sendo o Mark IV o primeiro a ser utilizado em um combate, resultado de diversos aprimoramentos da primeira versão. Posteriormente, um quinto modelo foi criado, com um sistema de transmissão e esteiras aprimorado, sendo batizado como Mark V. Walter recebeu a condecoração e foi admitido como membro da Ordem de São Miguel e a Ordem de São Jorge em 1917. William Tritton, antes de se associar na construção do tanque de guerra Mark IV juntamente com Walter, havia sido requisitado para criar veículos de tração capazes de transportar canhões pesados de artilharia Howitzer, substituindo gradualmente o uso de cavalos para tal função. A ideia de construir tanques de guerra surgiu após a construção destes veículos de tração.

 Suas Configurações
O tanque Mark IV possuía um tamanho considerável, com uma altura de aproximadamente 4 metros e um comprimento total de 8 metros. Sua arma principal consistia de um canhão de 57mm, 6 metralhadoras QF com suporte para 332 balas, e as armas secundárias consistiam de 3 metralhadoras Lewis .303 móveis. Possuía um limitado raio de ação operacional, abrangendo apenas 56km. Sua velocidade era extremamente baixa, atingindo um máximo de 6,4km/h. Isso tornava seu uso e sua capacidade de ação extremamente limitados. Em geral, o tanque Mark IV servia como ponto quase fixo de artilharia e um ponto de apoio para a infantaria, oferecendo proteção contra os disparos da artilharia inimiga. Eventualmente, algumas dessas unidades eram capturadas pelos alemães e colocadas a seu serviço.






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Manfred Von Richthofen (na cabine do avião) reunido com seus companheiros de esquadrilha.  





     
                       
 
 O início do uso da aviação em combates deu-se durante a Primeira Guerra Mundial. Tentativas desajeitadas de instalar armamentos nos frágeis aviões de madeira recobertos de tecidos não se mostraram eficientes, e por pouco a empreitada não foi abandonada. Entretanto, com uma melhoria na estrutura e na fuselagem dos primeiros aviões, as primeiras metralhadoras foram instaladas, primeiro, de modo fixo, e posteriormente, com capacidade rotatória. Estas aeronaves demonstraram incrível utilidade em campo de batalha, e logo os primeiros ases da aviação surgiram. Entre eles, merece destaque o temível Manfred Von Richthofen, conhecido como Barão Vermelho.





Manfred Von Richthofen, o Barão Vermelho.
Nascido em Breslau, em 2 de Maio de 1892, uniu-se ao Exército Imperial da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Até hoje, é conhecido como o "piloto dos pilotos, o ás dos ases". À serviço da força aérea imperial da Alemanha, a Deutsche Luftstreitkräfte, Manfred desempenhou um papel vital na aviação alemã e ajudou a consolidar a supremacia germânica nos céus. Entretanto, a carreira de Manfred começou em terra, e não nos céus. Ele serviu na cavalaria até 1915, quando pediu transferência para a força aérea. Serviu no esquadrão Jasta 2, e, após uma rápida subida em sua carreira, foi colocado como líder do esquadrão Jasta 11, em 1917. Inicialmente, não demonstrou qualquer habilidade excepcional, nem se mostrava como um promissor piloto de aviões. Pelo contrário, teve inúmeras dificuldades durante suas instruções iniciais de voo, chegando a cair com seu avião durante um de seus primeiros treinos práticos. Entretanto, o desconcerto duraria pouco tempo, e Manfred tornaria-se o piloto com o maior número de vitórias da Primeira Guerra Mundial, tornando-se internacionalmente conhecido como "Barão Vermelho" devido à pintura característica de seu avião Albatros D III. 
 



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Avião modelo Albatros CIII, utilizado por Manfred nas missões de ataque.
Conhecido pelos alemães como Der Rote Kampfflieger ("Guerreiro voador Vermelho"), atuou primeiramente como observador em missões de reconhecimento, entre Junho e Agosto de 1915, pelo Fliegerabteilung 69 (Esquadrão de Vôo 69). Após receber treinamento com o ás Oswald Boelcke, em Outubro de 1915, passou a servir, a partir de Março de 1916, como piloto de bombardeiro, pela Kampfgeshwader 2 (Esquadrão de Bombardeio 2). Nesta época, ele pilotava um avião Albatros CIII. Em 26 de Abril de 1916, ele abateu um avião Nieuport francês. Unindo-se à unidade Jasta 2 de seu professor de aviação Boelcke, Manfred obteve sua primeira vitória junto ao esquadrão de Oswald, na batalha de Cambrai, na França, em 17 de Setembro de 1916. Infelizmente, Manfred testemunhou a morte de seu mestre, morto em uma colisão acidental com uma aeronave de seu próprio esquadrão. No dia 23 de Novembro de 1916, Manfred, à bordo de um avião Albatros D II, abateu o piloto britânico Lanoe Hawker, que pilotava um DH 2, um dos mais excepcionais combatentes aéreos da época. Lanoe morreu atingido na cabeça, quando tentava realizar uma manobra de retorno para seu esquadrão. Depois desse evento, Manfred preferiu aviões com mais agilidade, mesmo que fossem mais lentos. Passou a pilotar um Albatros D III. Foi este modelo de avião que recebeu uma pintura vermelha, o que distinguiu Manfred durante toda a guerra, e com ele a maior parte de suas vitórias foi obtida. Manfred, o Barão Vermelho, obteve 80 vitórias. Em 24 de Janeiro de 1917 ele recebeu a mais alta honraria militar das forças aéreas imperiais alemãs. Morreu em Vaux-sur-Somme, na França, em 21 de Abril de 1918, abatido em combate.  Ao contrário da imagem criada sobre ele, Manfred não realizava manobras incríveis nem se arriscava demasiadamente em combate. Ao contrário disso, ele procurava manter posições seguras e era bem cauteloso, zelando pela vida de seus companheiros de esquadrão. Podemos considerar que o Barão Vermelho chegou ao mais alto patamar graças ao seu senso de dever e de trabalho em equipe, além de suas habilidades excepcionais. O mérito pelo abate de Manfred ainda é discutido entre dois pilotos: o australiano Cedric Popkin e o canadense Arthur Roy Brown, ambos da Royal Air Force.




A Primeira Guerra Mundial, também conhecida como Guerra das Trincheiras, foi palco para inúmeras inovações militares. Dentre elas podemos destacar a difusão do uso de metralhadoras (anteriormente, um artigo de "elite" pouco disponível), o primeiro tanque de guerra (o modelo britânico Mark IV), o primeiro uso militar de aviões (e o surgimento dos primeiros ases da aviação, como o famoso piloto alemão Manfred von Richtofen, conhecido como Barão Vermelho). Entretanto, certamente a maior dessas inovações foi o uso de armas químicas durante boa parte do primeiro conflito mundial.
Soldados da Quinquagésima Quinta Divisão do Exército britânico atingidos por gás.





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Soldados de infantaria britânica atacados por gás venenoso durante o avanço.
O avanço de um ponto a outro era extremamente difícil para as tropas durante a Primeira Guerra Mundial. As posições inimigas eram completamente entrincheiradas e ninhos de metralhadora aguardavam ansiosamente o avanço das tropas inimigas para realizar um massacre. As perdas humanas foram gigantescas: só pelo "fogo amigo" morreram cerca de 75.000 soldados, somente nas forças britânicas. Além disso, inúmeros obstáculos físicos existiam, como arames farpados de até dois metros de altura, cercas e cavaletes, e, algumas vezes, até mesmo estacas. Mesmo com o uso de pesadas artilharias, era extremamente difícil eliminar os inimigos entrincheirados. As armas químicas surgiram especificamente com esse propósito: matar o adversário dentro das próprias trincheiras, antes do avanço dos soldados. Diferente das peças de artilharia, as bombas químicas e o gás utilizado tinham um efeito de área, se propagando com facilidade pelo ar. Logo, o número de mortos era muito maior e isso ocorria de modo mais fácil. As primeiras armas químicas eram gases inseridos dentro de bombas, geralmente atirados por peças convencionais de artilharia. 



O uso de armas químicas foi proibido em duas ocasiões: na Declaração de Hague em 1899 e na Convenção de Hague, em 1907. Tais proibições não surtiram efeito nenhum: até o fim da Primeira Guerra Mundial, mais de 124.000 toneladas de armas químicas foram produzidas. A França foi a primeira nação a utilizar gás venenoso no conflito, usando o famoso "gás das lágrimas", além de armas compostas de bromo acetato etílico e cloro-acetona. A Alemanha utilizou armas químicas pela primeira vez contra tropas britânicas, em 27 de Outubro de 1914, com armas compostas de clorosulfonato de dianisidina, na batalha próxima a Neuve-Chapelle, na França. Os efeitos destas armas químicas variavam, indo desde simples irritações nos olhos, boca e nariz, até mesmo graves queimaduras na pele, asfixia e destruição dos pulmões. As vítimas não eram apenas militares: estima-se que cerca de 260.000 civis tenham sido vitimados por armas químicas durante o conflito.





Soldado britânico utilizando equipamento antigás.
Em resposta às armas químicas, também surgiram as primeiras proteções. Os primeiros equipamentos consistiam em simples panos umedecidos com água colocados no rosto, protegendo principalmente a boca e o nariz. Depois, surgiram as primeiras máscaras contra gás, que ofereciam proteção maior contra os efeitos infecciosos das armas químicas. Estas máscaras evoluíram, passando a cobrir todo o rosto. Entretanto, muitas vezes uma má vedação desses equipamentos fazia com que eles não detivessem completamente a entrada de gás. A proteção contra gases foi estendida às populações civis das regiões próximas aos combates, bem como foi feita a construção de inúmeros abrigos. Até mesmo os animais passaram a ganhar proteção, inclusive os cavalos, ainda essenciais para o transporte de pesados equipamentos e peças de artilharia. O equipamento era semelhante ao utilizado por humanos, apenas tendo seu tamanho e sua vedação adaptados à constituição de cada animal.
http://i.imgur.com/4qxTt.jpg
Soldados da cavalaria de patrulha alemã utilizando proteção antigás juntamente com seus cavalos.
O uso de armas químicas redefiniu toda a engenharia de guerra. Estes artefatos ganhariam mais e mais espaço nos diversos conflitos, e apesar dos esforços internacionais para a proibição do uso de armas químicas, como a famosa Convenção de Genebra, tais armamentos continuam mundialmente ativos, principalmente pelas potências que, ironicamente, assinam e ratificam esses tratados. A posterior evolução da guerra biológica e dos armamentos nucleares e atômicos daria um novo enfoque à guerra não convencional. Os efeitos destes gases são cada vez mais nocivos e destrutivos, e o avanço das tecnologias para bombardeamento permitem que seus efeitos vão muito além de um mero uso em trincheiras.



Quando analisamos os conflitos atuais, majoritariamente ocasionados por questões de interesses escusos, sejam esses interesses políticos, econômicos ou ocultos, não enxergamos um panorama adequado para o que consideramos como heroísmo e bravura. As batalhas, desde a Primeira Guerra Mundial, parecem cada vez mais destituídas de espírito humano e cada vez mais permeadas pela simples covardia e o ataque dos mais fortes aos mais fracos. Entretanto, mesmo nos dias atuais, podemos observar verdadeiros heróis. Kyle Carpenter é um destes hoplitas do século atual. Kyle Carpenter protagonizou um ato de bravura no Afeganistão. Como muitos jovens norte americanos, prestou serviços militares na antiga nação dominada pelos talebãs, em uma guerra que já se estende há vários anos. As promessas de retirada das tropas, feitas por Barack Obama, até o momento, não foram cumpridas. Estes longos e tediosos conflitos continuam a se arrastar ao longo do tempo. Em uma emboscada. No ano de 2010, na província de Helmand, na cidade de Marjah, Kyle e o grupo de fuzileiros ao qual pertencia se deslocaram para defender um pequeno vilarejo que havia sofrido ataques de um grupo talebã. O grupo de Kyle entrou em confronto com a milícia, e Kyle se jogou à frente de um de seus amigos para protegê-lo contra uma granada.  Arriscando a própria vida, Kyle evitou que seu amigo morresse ou fosse gravemente ferido, sacrificando seu próprio bem estar. Milagrosamente, Kyle sobreviveu, tendo como marca de seu ato várias cicatrizes em seu rosto e em parte de seu corpo. Em 19 de Junho de 2014, somente quatro anos após seu feito, Kyle recebeu a Medal of Honor (Medalha de Honra), uma das mais altas condecorações que um militar pode receber.Kyle é uma das vítimas de uma política belicista desnecessária levada à cabo no Oriente Médio, especialmente sob as recentes administrações norte-americanas. Entretanto, seu gesto de heroísmo e bravura e a coragem em arriscar a própria vida para proteger um companheiro supera qualquer questão ideológica, política ou nacional. Kyle é o exemplo de que mesmo nas modernas batalhas o heroísmo, a bravura e o companheirismo ainda encontram espaço e podem se manifestar. Ele é o exemplo de coragem que deve habitar em cada um de nós. Aos 24 anos de idade, Kyle demonstrou uma bravura que a maioria das pessoas jamais demonstra em toda uma vida.



Foto de um T-34 em liberação de uma cidade soviética. Este modelo seria utilizado durante todo o restante do conflito, e seria remodelado em várias versões posteriores, algumas utilizadas ainda hoje.

Poucos armamentos mudaram tanto o curso de uma batalha quanto o tanque soviético modelo T-34. Em um cenário de visível predominância alemã, quando inúmeros contingentes do Exército Vermelho haviam sido capturados ou vencidos, parecia impossível uma virada no jogo. Entretanto, esse monstro de aço se mostraria um trunfo e uma das mais brilhantes saídas para um conflito de resultado praticamente irreversível. 




Ficha técnica do tanque T-34 (modelo soviético de 1941)

Alexander Alexandrovich Morozov
Quando os alemães invadiram a União Soviética em 22 de Junho de 1941, dando início à chamada Operação Barbarossa, os principais modelos de tanques utilizados por eles eram os da linha Panzerkampfwagen. Os principais inimigos do T-34, na época, eram justamente os modelos Panzer II, Panzer III e Panzer IV. As primeiras semanas da operação Barbarossa demonstraram um rápido avanço das forças do Eixo, e uma incrível desorganização nas tropas soviéticas. Entretanto, com o início do inverno russo, as imensas planícies logo se converteram em campos de lamaçal e também de espessas camadas de neve, o que determinou um refreio no avanço alemão. Esse meio tempo seria crucial para que o T-34 saísse do forno. Dois homens tiveram papel decisivo na produção desse tanque e posteriores melhorias: Mikhail Ilyich Koshkin, considerado o inventor e responsável pelo projeto de criação do T-34; e Alexander Alexandrovich Morozov, responsável por refinamentos e melhorias no sistema de tração e mecanismos deste modelo, bem como a produção das linhas da geração seguinte de tanques T-54 e T-55. 

Mikhail Ilyich Koshkin
Seu primeiro uso, em encontros contra os tanques Panzer mostrou a grande superioridade do modelo soviético em relação aos até então invencíveis modelos alemães. O T-34 conseguia ser mais leve, mais rápido e, ao contrário de outros tanques da época, era capaz de perfurar a blindagem da série de modelos Panzer. O único armamento à altura do T-34 até então, capaz de superá-lo, era o Howitzer, uma peça de artilharia pesada fabricada e utilizada pelas forças nazistas. A blindagem do veículo soviético mostrou claramente uma admirável vantagem em relação aos modelos contemporâneos. Com uma inclinação específica, as chapas de aço se curvavam em um ângulo que facilitava o ricocheteio dos projéteis. As espessas chapas de metal que compunham a fuselagem, entretanto, diminuíam consideravelmente o espaço interno do T-34, o que causava um enorme desconforto para a tripulação desses tanques, além de representar uma dificuldade para a evacuação em casos de incêndio ou danificação no veículo. Outro problema considerável eram as grosseiras caixas de câmbio que dificultavam a movimentação e manobra do veículo, fator que não permitia, muitas vezes, a obtenção de vantagem estratégica da capacidade total de velocidade do veículo. Em combates de maior proximidade, essa dificuldade se mostrava claramente um fator prejudicial que colocava o T-34 em desvantagem. Mesmo assim, durante todo o seu uso na Segunda Guerra Mundial, o T-34 mostrou grande capacidade de combate e assistiu diversas melhorias que gradualmente o tornaram mais avançado e eficiente.





Linha de montagem de tanques T-34. A maior parte da indústria bélica soviética foi transportada para Leste, nos Urais.
A resposta alemã veio rápido. A nova série de tanques Panzer Tiger, Super Tiger e Panther apareceu com maior mobilidade e velocidade, blindagem reforçada e canhões de calibre mais pesado, capazes de perfurar a blindagem dos T-34. Estes modelos logo se mostraram à altura dos tanques soviéticos, que, na tentativa de conservar sua supremacia, também ganharam novas versões com sistemas de câmbio mais maleáveis, maior blindagem e maior poder de fogo. Os alemães também capturaram diversos tanques T-34, rebatizando-os de Panzer T-34, os quais colocaram à serviço da Wehrmacht. Estes veículos capturados os ajudaram a compreender melhor os pontos fortes e fracos desse modelo, e, desse modo, realizar melhorias nos próprios tanques nazis. Hans Guderian, um dos maiores estrategistas nazistas, chegou a dizer que o T-34 era a "mais mortífera das armas" daquele combate.




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Tanque T-34 capturado pelos alemães.

Por melhores que sejam os equipamentos militares, o fator humano sempre se mostra preponderante não só em qualquer batalha, mas também em qualquer situação. Os alemães possuíam inúmeros pilotos e tripulações experientes, além de exímios estrategistas com tanques, como Guderian e Rommel (na África). Embora os russos Zukhov e Konev sejam nomes à altura, vemos uma clara dificuldade em suas estratégias, tanto por questões políticas quanto pela falta de pessoal experiente. Os alemães já traziam consigo as bem sucedidas campanhas na Europa, especialmente contra a Polônia e a França. Do lado soviético, a maioria dos soldados não possuía qualquer treinamento, sendo recrutados à força e mandados aos campos de batalha às pressas. Era comum encontrar tripulações com menos de 5 horas de treinamento nos campos de batalha. A maioria dos generais experientes, vindos da Revolução de 1917, da Primeira Guerra Mundial e dos conflitos iniciais da Segunda Guerra haviam sido exterminados nos Expurgos políticos e administrativos de Joseph Stalin. Os soviéticos perderam cerca de 20.500 tanques na Segunda Guerra Mundial, 7 tanques para cada tanque alemão. A maioria dos T-34 destruídos, entretanto, não foi por fogo direto dos alemães, mas sim por acidentes, falhas de mecanismos, falta de combustíveis, falta de reparos ou até mesmo por abandonos. Os ataques precipitados, a falta de suprimentos e as extensas linhas de frente de combate dificultavam a manutenção dos equipamentos. Por mais superiores que os tanques soviéticos fossem, suas equipes sem experiência não estavam à altura dos amadurecidos alemães. Podemos considerar que a quantidade, nesse caso, foi o elemento para a vitória soviética. A produção de tanques era absurda: Entre Junho de 1941 a Maio de 1945, 64.549 tanques da linha T-34 foram produzidos, sem contar com os demais modelos de veículos. Apesar dos inúmeros erros soviéticos, podemos considerar que o T-34 foi um equipamento decisivo na virada do jogo na Segunda Guerra Mundial, responsável pelas primeiras derrotas dos alemães. De Stalingrado a Berlim, foram muito úteis e até hoje são utilizados em diversos países, principalmente nações asiáticas e árabes. Desempenhou um importante papel em guerras posteriores, como a guerra do Yon Kippur entre Israel e as nações árabes, a guerra da Coreia e outros confrontos da Guerra Fria. É utilizado ainda pelas forças sírias, por exemplo, na atual guerra da Síria.
O Conflito
O que qualquer um de nós tem a ver com uma guerra do outro lado do oceano? A guerra da Ucrânia têm se arrastado por um longo período e seus efeitos já podem ser sentidos em todo o globo. Em um mundo interconectado, mesmo os mais distantes conflitos e problemas podem nos afetar, de um modo ou de outro. E na questão ucraniana enxergamos o retorno das disputas entre um mundo cada vez mais multipolar. Orbitando em torno do eixo de duas potências, o mundo observa cheio de expectativa e perplexidade o que tem se tornado cada vez mais um jogo de xadrez entre Estados Unidos da América e Rússia. A questão na Ucrânia se manifesta por diversos motivos. E, nesse novo panorama, enxergamos antigas questões oriundas de guerras históricas, e um mundo bipolar que nos lembra aquele mesmo que se manifestava na Guerra Fria.

http://consortiumnews.com/wp-content/uploads/2014/02/viktor-yanukovych.jpg
Viktor Yanukovych, ex-presidente da Ucrânia.
O Cenário
 A tensão já era constante na Ucrânia antes mesmo do atual conflito. Cada vez mais dividida e pressionada a se aliar a um Euro em constante dívida e recessão ou à Rússia, com a qual antigas questões ainda se fazem presentes, o governo ucraniano vinha tomando a escolha preferencial por relações mais amigáveis com o Moscou. O último presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, se aliava cada vez mais com o premiê russo Vladimir Putin. A proximidade com a zona do Euro e as forças ocidentais da OTAN, em uma área de influência majoritariamente norte-americana, criou um séria tensão e um temor de que a presença russa na região se intensificasse. Podemos, assim, considerar que a primeira causa da atual ruptura ucraniana foi a intenção de barrar essa expansão de influência por uma potência oposta. As estreitas relações entre Yanukovych e Putin despertaram preocupação nas potências ocidentais e o medo de uma instabilidade na região. Entretanto, essa instabilidade só tomou forma após o golpe de Estado auxiliado pelas potências ocidentais.

Yulia Tymoshenko, uma das líderes do novo governo.
A Revolução Laranja
Na Ucrânia, a população se dividiu em dois grupos: os separatistas pró Rússia e os nacionalistas ucranianos.  Um grupo ucraniano dito nacionalista, o Pravy Sektor ( em ucraniano) levou adiante um golpe de Estado, derrubando o presidente Yanukovych, por se manifestar contra aquilo que chamam de imperialismo russo. Após esse ato chamado de "Revolução Ucraniana" (também conhecida como Revolução Laranja), em 2014, numa longa série de enfrentamentos com as forças policiais que ocasionaram várias mortes e inúmeros feridos, a junta do grupo nacionalista Pravy tomou o comando do país e quase que imediatamente cortou suas relações diplomáticas com a Rússia, se aliando ao Euro. Em lugar de Yanukovich, a histórica política de oposição Yulia Tymoshenko tomou lugar na nova administração do país, em um governo revolucionário considerado temporário. O governo revolucionário não foi reconhecido por Moscou. Desde então, assistimos a guerra entre os nacionalistas apoiados pelo Euro e pelos EUA e os separatistas amparados por Moscou. 


http://dailycaller.com/wp-content/uploads/2014/01/443kaiq.jpg
Foto de um manifestante ucraniano.
Um povo dividido
A Ucrânia está dividida dentro de si mesma. De um lado, os nacionalistas contrários à Rússia e ao que eles consideram como seu imperialismo histórico, movidos pelas lembranças dos fatos da Rússia Imperial, da Segunda Guerra Mundial e as ações da União Soviética em relação a seu país. Estes nacionalistas possuem um forte sentimento anti russo e enxergam a necessidade de um afastamento cada vez maior em relação a Moscou. Do outro lado, a grande parcela da população ucraniana de origens russas, que não enxerga Putin como um inimigo, defendem a proximidade entre os dois povos e, até além, manifestam desejo de romper com o atual governo de Kiev e se inserir no território russo. É o que aconteceu, por exemplo, com a província de Donetsk, que se separou da Ucrânia e se integrou à Rússia. Conflitos armados são comuns entre os exércitos separatistas populares e as forças fieis ao novo governo de Kiev. De um lado, os revolucionários que recebem apoio norte-americano, e do outro, os separatistas que se alinham cada vez mais com a Rússia.

Guerra entre Irmãos


Foto tirada em um dos protestos da Revolução Laranja, em um confronto entre forças policiais e manifestantes

A ancestralidade ucraniana encontra muitos pontos em comum com a russa. De fato, os dois países possuem praticamente o mesmo escopo histórico. O próprio alfabeto ucraniano é herança do cirílico e da língua russa. O território onde hoje se encontra o Estado da Ucrânia pertencia historicamente às composições russas, tanto que era designado não como um país diferente, mas como uma das províncias do Império czarista. As formas nacionalistas ucranianas surgiram mais tardiamente, naquilo que podemos considerar como "nacionalismo artificial". Apesar das divergências e conflitos históricos entre os dois países, podemos dizer que a atual guerra é uma guerra de irmãos, povos com o mesmo passado histórico e cultural derramando sangue entre si. 

Influências Globais
Nenhum confronto, atualmente, é regional. Seus efeitos são sentidos em todo o mundo. A economia, cada vez mais interligada e interdependente, ajuda a tornar esses efeitos ainda mais perceptíveis. O conflito não é apenas ucraniano, pois envolve duas super potências atuais: Os EUA e a Rússia. A balança de poder está cada vez mais equilibrada, e o mundo que antes orbitava apenas em redor das potências anglo-saxãs agora se orquestra em torno de dois eixos. Todos os países do mundo possuem relações com essas duas potências, e os efeitos da guerra e consequentes sanções serão percebidos por todos eles, em maior ou menor grau. A guerra na Ucrânia, assim como qualquer guerra no mundo atual, é também uma guerra nossa. Esse conflito é apenas um campo de testes e a medição de forças entre superpotências globais.
Colt: Um nome, uma marca
Samuel Colt, o revolucionário das armas de fogo.
Imagine a vida no Velho Oeste durante o período de expansão pelo interior dos Estados Unidos. A melhor companhia para um homem era a sua arma, ou, no caso, suas armas. Diante de uma terra sem lei, onde a ordem vinha do cano de uma arma, as execuções eram constantes e a mais leve ofensa se tornava em motivação para um crime, andar armado era praticamente uma norma. Acontece que certos modelos de armamentos não são muito práticos, seja por seu tamanho, ou pelas constantes falhas em seus mecanismos.Samuel Colt enxergou no mercado de armas uma excelente oportunidade para resolver duas coisas: os defeitos constantes das pistolas e sua própria vida financeira. Como um jovem marinheiro poderia revolucionar os mecanismos de armas de uma forma inigualável?

O Início de uma Era
Nascido em Hatford, em 19 de Julho de 1814, Samuel Colt já deixava nítida a sua atração por invenções e armas. Em sua juventude, trabalhou na tripulação de um navio, e através de suas observações toda a História dos armamentos teria seu percurso inteiramente mudado. Colt notava problemas sérios aos armamentos de sua época. Em primeiro lugar, os rifles (armamento mais comum) e pistolas em geral só realizavam um disparo por vez, e exigiam uma recarga a cada tiro. Isso tornava o combate lento e aumentava os riscos para o atirador, que não conseguia responder de imediato. A vida de um homem era definida por uma bala e o tempo que ele levava para recarregar sua arma. Outro problema era a difícil manutenção dos equipamentos. Quando uma peça de um armamento falhava ou quebrava, era praticamente necessário adquirir uma nova arma. Seria excelente se as armas disparassem mais de uma vez antes de serem recarregadas e se a manutenção fosse mais fácil. Esses foram os dois objetivos de Colt. Observando o eixo de tração do navio em que trabalhava, Colt percebeu que seria possível adaptar esse mecanismo às armas de fogo. Sua ideia foi basicamente a de instalar um tambor nas armas, onde, a cada disparo, uma rolagem fizesse com que um novo projétil se alinhasse ao cano da arma, permitindo um novo disparo. Agora, as armas não eram mais de um tiro único, mas sim de cinco ou seis munições antes da recarga. Aos 21 anos, Colt demonstrou esse mecanismo em funcionamento, e a mudança no modo como as armas eram feitas foi imediata. Colt criou uma forma de produção em linha para seus armamentos, e cada equipamento era construído com peças intercambiáveis. Isso facilitou a manutenção das armas, com peças facilmente substituíveis e de fácil remoção.
Pistolas Colt .45, modelos de 1835.

As pistolas Colt
Em 1835 a primeira pistola de 6 tiros é criada, a Colt .45. Os armamentos subsequentes seguiam um design em comum, desenhos e projetos feitos pelo próprio Samuel. Essa mudança aparentemente simples praticamente definiu todas as posteriores melhorias e aprimoramentos das armas. A invenção de Colt permitiu o avanço que culminou com as modernas armas semi automáticas e automáticas, incluindo metralhadoras e armamentos de alta repetição e frequência de tiro. Com um design próprio, essas armas eram mais leves, mais eficientes, mais precisas no tiro, com um recuo menor e uma manutenção mais fácil do que as concorrentes. Além disso, eram mais baratas. Colt popularizou o uso dos armamentos, e o slogan atribuído à sua marca dizia que "Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais". Não importava mais a altura, a força física, o poder financeiro ou o status dos homens, todos eles teriam o direito de se defender em uma luta justa.

Legado
Colt 2000 Semi Automática.

Samuel Colt morreu na mesma cidade em que nasceu,
em 10 de Janeiro de 1862. Estima-se que mais de 1 milhão de armamentos foram produzidos por suas indústrias, que empregavam cerca de 400 pessoas. Colt forneceu armas para forças federais norte-americanas, como os famosos Texas Rangers e a United States Dragoon. Seus armamentos foram utilizados, por exemplo, na Guerra do México. Samuel Colt desenhava também presenteava chefes de Estado com armas exclusivas desenhadas por ele, como por exemplo, o czar Nicolau I da Rússia, o rei Frederico VII da Dinamarca e Carlos XV da Suécia. Durante sua vida, fez sua empresa crescer, comprando as concorrentes e expandindo seus mercados e sua clientela. A empresa permaneceu em nome de seus descendentes até o ano de 1985, quando foi vendida para acionistas e investidores. Ainda hoje continua fabricando armamentos que carregam o nome daquele jovem marinheiro responsável pela maior revolução nas armas de fogo de toda a História.




Desenho moderno retratando Gêngis Khan.
 O Grande Líder
Como um bastardo ladrão de rebanhos pode se tornar um dos mais poderosos imperadores de toda a História? Gêngis Khan ("Grande Líder", em uma tradução mais aproximada), nascido Temujin (em mongol, Tchinghis Khaan), foi o homem responsável por criar o imenso império que seria responsável pela conquista da China, a quase destruição do império persa e constantes dores de cabeça para os reinos da Europa. Filho de Yesügei Baghatur, Temujin reclamaria para si o comando de um poderoso legado, e transformaria nômades e pastores das estepes na mais temida cavalaria da História. 

O Unificador
A região que hoje conhecemos como Mongólia era apenas a reunião de uma série de clãs divididos entre si, sem qualquer coesão política significativa. Muito antes de Gêngis Khan, Kabhul Khan (neto de Khaidu) tentou a empreitada de unificar os clãs mongóis, sem sucesso. Essa seria a primeira tarefa de Gêngis como líder. Após assegurar a unificação das diversas tribos mongóis, Gêngis voltou seus olhares para o império chinês.

O Conquistador 
China (1207): Governada pela dinastia Jin, a China era, na época, a maior potência política e econômica da região, superando largamente os reinos europeus. Entretanto, em termos militares, a terra da seda deixara de ser uma potência. Confiante na força da Muralha da China, uma das maiores construções da História da humanidade, os governantes chineses não reforçaram seus efetivos militares. Para a defesa da Grande Muralha, contratavam mercenários turcos, conhecidos como önguts. Gêngis conseguiu o impossível: penetrou na muralha e facilmente derrotou os inimigos. Sem uma cavalaria adequada, os chineses se tornaram presas fáceis para os arqueiros mongóis à cavalo. A divisão política também contribuiu para a queda dos chineses, já que ao Sul o governo estava com os Song e a Norte, com os Jin. O refinado império da seda e da porcelana agora estava nas mãos de nômades das estepes. O avanço continuou em direção ao Oeste.  


Pérsia (1218): Atingindo as fronteiras do império persa, na época governada pelo sultão Muhammad Sanjar, os mongóis se tornaram oponentes efetivos contra a maior potência do mundo árabe da época. Uma de suas mais sangrentas campanhas militares, a guerra contra os persas foi motivada pela execução de um emissário de Gêngis Khan enviado em missão à Pérsia. Reunindo cerca de 200.000 homens e em torno de 10.000 máquinas de cerco, os mongóis tomaram diversas cidades, como Bucara, Samarcanda e Nichapur. Mais de um milhão de pessoas morreram nessa campanha.

Rússia e Ucrânia (1227): Gêngis começou a conquistar territórios ao Sul da atual Rússia, na época, governada por Yuri II (filho de Vsevolod III). O que começou com pequenas conquistas se tornou o maior período de dominação estrangeira na Rússia. Gêngis também começou a conquistar territórios ucranianos, na época, governados por Vladimir IV. 

O império mongol, em seu auge, foi muito maior do que isso. O sucessor de Gengis Khan, seu filho Ogedei, expandiu os territórios da Mongólia até a Síria. 
Mapa da extensão do império mongol (território em laranja)


O Visionário
Gêngis Khan não foi apenas um conquistador militar. Foi também um grande empreendedor. Apesar de suas campanhas militares brutais, ele realizou diversos empreendimentos de melhoria econômica. Conservou e expandiu a Rota da Seda, que ligava Ásia, Oriente Médio e Europa, permitindo, assim, um contato produtivo entre as três culturas predominantes da época. Uma certa tolerância religiosa era adotada em seu regime. Os mongóis foram muito influenciados por seu contato com a religião islâmica. Não chegavam a empreender um combate religioso contra os cristãos, já que suas conquistas eram puramente territoriais. Se por um lado diversas cidades foram arrasadas, outras foram aprimoradas e enaltecidas pelos mongóis. Por exemplo, durante a conquista da China, cidades como Pequim conquistaram a admiração dos mongóis. Ao mesmo tempo em que expandia sua influência sobre diversos povos, Gêngis também era influenciado por suas culturas. 
http://english.cri.cn/mmsource/image/2005-6-15/13warrior.jpg
Figura moderna retratando um cavaleiro mongol equipado com arco.
O Mito
De modo equivocado, Gêngis Khan é reduzido à figura de um selvagem brutal e impiedoso, um bárbaro. De fato, a violência foi presente em suas campanhas, bem como episódios de genocídio. Mas ele também foi responsável pela unificação política dos mongóis, e pela própria criação da "nação mongol"; criou um alfabeto único para o império e propagou a alfabetização em larga escala; manteve a Rota da Seda e realizou comércio e acordos com Ásia, Europa e Oriente Médio. Reformulou o exército mongol e criou a mais temida cavalaria da época, tornando bandos das estepes em um exército profissisonal, a Horda Dourada.. Reformulou a administração política e administrativa dos mongóis, criando a mais poderosa máquina estatal da época. Admitiu estrangeiros em suas forças, como o engenheiro chinês o Yeh-lu Ch'u-ts'-ai, que o influenciou muito. O império mongol é considerado o mais extenso da História, com 20 milhões de km2 (o dobro do território brasileiro).


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